União Europeia

Após Câmara, Meloni busca voto de confiança do Senado

Votação deve confirmar ampla maioria da premiê

Redazione Ansa

(ANSA) - Após ter obtido o apoio da Câmara dos Deputados, a premiê da Itália, Giorgia Meloni, pede nesta quarta-feira (26) o voto de confiança do Senado para que seu governo comece a operar com plenos poderes.

Na última terça (25), a líder de extrema direita superou a votação na Câmara com placar de 235 a 154, além de cinco abstenções, resultado que lhe garante ampla maioria na casa, que tem 400 membros.

No Senado, Meloni deve contar com mais de 115 votos, de um total de 206, mas o resultado será anunciado apenas de tarde.

Essa é a última etapa antes de seu governo, que tomou posse no último fim de semana, começar a operar plenamente.

Meloni venceu as eleições parlamentares de 25 de setembro e lidera uma coalizão formada por seu partido, o Irmãos da Itália (FdI), de extrema direita, pela ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e pelo conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.

Ela é a primeira mulher na história a governar o país e tentará cumprir os cinco anos de mandato, o que seria algo inédito.

Em seu discurso de terça-feira na Câmara, Meloni detalhou seu programa de governo e garantiu que nunca teve "simpatia" pelo fascismo", afirmando que "liberdade e democracia são elementos distintivos da civilização europeia contemporânea".

A nova premiê promete reduzir os fluxos de migrantes forçados no Mediterrâneo, tornar a União Europeia "mais eficaz" e introduzir o presidencialismo na Itália.

Réplicas

Após os senadores discutirem sobre a fala de Meloni na Câmara, a premiê afirmou que entende as críticas, mas que "sem visão, as respostas são ineficazes".

"Fui criticada por várias pessoas por ontem ter buscado destacar uma manifesto programático. Alguns contestaram a escolha dizendo que os italianos não esperavam isso, mas respostas concretas. Concordo em parte. Mas sem ter uma visão, um manifesto, sem uma ideia da Itália a ser desenhada, também as respostas que serão dadas correm o risco de serem ineficazes", disse.

Sobre os preços da energia no país, Meloni firmou que fará "tudo que for possível" para evitar que a "especulação" econômica afete ainda mais as contas.

Sobre o gás natural, Meloni ainda disse que é "preciso ter medidas de médio prazo para tirar a Itália de uma dependência energética inaceitável".

"Penso na extração de gás natural, penso que os recursos nacionais devem ser usados como pede a Europa. Apoiamos que a Europa dê respostas comuns. Mas estamos prontos também se a Europa não der respostas", acrescentou, dizendo ainda que não é possível sair da "dependência da Rússia para virar dependente da China".

Já na guerra da Rússia contra a Ucrânia, Meloni afirmou que a paz será obtida "apoiando Kiev". (ANSA)

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