União Europeia

Não tive dúvidas que ia formar governo na Itália, diz Meloni

Premiê italiana ainda revelou detalhes de conversa com Macron

Meloni falou da relação com aliados mais próximos

Redazione Ansa

(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, do Irmãos da Itália (FdI) afirmou nesta terça-feira (1º) que não teve dúvidas que formaria um novo governo do país com seus aliados da Liga e do Força Itália. A afirmação foi dada ao jornalista Bruno Vespa.

"Nunca temi que não conseguiria formar um governo mesmo que tenha levado em consideração a hipótese de me apresentar no Parlamento sem um acordo inicial com todos os aliados, quando vi algumas propostas inaceitáveis. Mas, me interessava formar uma equipe que funcionasse, um governo não atacável, sério, adequado e bem equilibrado. E acredito que consegui isso", disse Meloni.

Questionada sobre Matteo Salvini, secretário da Liga e atual vice-ministro e ministro da Infraestrutura, a nova chefe do Executivo afirmou que há "uma nova e diferente relação" entre ambos. Os dois são líderes dos principais partidos ultranacionalistas italianos.

"Eu entendi aquilo que poderia fazer e o que não poderia fazer e ele me ajudou a buscar soluções. Em certas situações, ele me pediu que o ajudasse, em outras, fui eu quem pediu. Franqueza recíproca sem polêmica. Um mediador? Bem, o fato de não ficar automaticamente do lado de [Silvio] Berlusconi me ajudou muito", destacou a Vespa.

Já sobre o senador e líder do conservador FI, Meloni mostra que a relação foi mais tensa, mas que se acertou com Berlusconi.

"Com ele houve algumas incompreensões a mais, filha da passagem do bastão. Quando se vivem em alguns momentos históricos, é fato que existirão terremotos. Não sei o quanto ele foi bem aconselhado no início, mas devo reconhecer a lucidez em entender quais são as prioridades no fim para não decepcionar quem acreditou em nós e no nosso retorno após 11 anos para um governo político de direita", pontuou.

Meloni ainda afirmou que o discurso do ex-premiê no Senado "foi bonito e importante" e que se "sentiu feliz ao aplaudi-lo".

Berlusconi causou diversos incômodos públicos para a nova premiê antes de da posse, ocorrida em 22 de outubro, especialmente ao dizer que "retomou relações" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Além disso, saiu divulgando à imprensa nomes do FI que deveriam assumir ministérios ainda antes do acordo com Meloni ser fechado.

O FdI foi o vencedor das eleições antecipadas de 25 de setembro, com cerca de 26% dos votos. Seus aliados ficaram com percentuais semelhantes entre si, com a Liga com quase 9% e o FI com pouco mais de 8%.

Macron 

Meloni também foi questionada sobre o encontro informal que teve com o presidente da França, Emmanuel Macron, no dia 23 de outubro. O líder francês estava em visita de Estado à Itália quando o novo governo foi formalizado.

"Eu ilustrei para ele a nossa decisão de defender a marca 'Made in Italy'. Contestei o comportamento predatório que a França manifestou em algumas situações e encontrei um perfeita comunhão de intenções sobre a defesa da soberania alimentar porque a França também deseja muito isso", afirmou ao jornalista.

"Nós ainda falamos sobre a Líbia, sobre imigração, infraestruturas. Mas, a lealdade e a franqueza podem trazer só vantagens para as nossas relações - e o vi absolutamente de acordo nessa linha", acrescentou.

Meloni, que também já fez muitas críticas a Macron, ainda elogiou que durante a conversa de mais de uma hora, os dois foram francos. "Somos duas pessoas que amam a franqueza e que falam de tudo com a máxima clareza sobre as coisas que nos unem e também as coisas que nos dividem", pontuou ainda. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it