(ANSA) - Após ter se jogado de um navio humanitário ancorado no sul da Itália, o sírio Youssuf afirmou que estava "enlouquecendo" dentro da embarcação.
O refugiado é uma das 572 pessoas resgatadas pelo navio Geo Barents, operado por Médicos Sem Fronteiras (MSF), no Mar Mediterrâneo Central no fim de outubro.
Na última segunda (7), angustiado com a demora do governo da Itália para autorizar o desembarque, Youssuf se atirou no mar com outro homem para tentar nadar até terra firme - um terceiro migrante também pulou na água para ajudar os dois colegas.
"Após dias e dias naquele navio, estava enlouquecendo. Tinha a sensação de que meu corpo e meus sonhos estavam desmoronando. Sou grato por todo o cuidado que recebi a bordo, mas não podia mais aguentar aquela situação", contou.
O sírio foi socorrido e passa bem, mas, segundo MSF, não quer mais aceitar comida e água. "Deixei a Síria para dar uma vida segura à minha família. Deixei quatro filhas esperando que um dia possam se juntar a mim aqui na Europa. A mais nova tem só seis anos", disse.
A Síria está em guerra civil desde 2011 e, de acordo com Youssuf, a situação no país está "fora de controle". "Quero simplesmente um lugar onde minhas filhas possam se sentir livres do medo. Esse é meu sonho, e não vou permitir que ninguém o tire de mim", acrescentou.
Dos 572 migrantes salvos pelo Geo Barents no Mediterrâneo, 358 - sobretudo menores de idade e suas famílias - puderam desembarcar na Itália, que ordenou que o navio vá embora com os náufragos remanescentes. (ANSA)
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