(ANSA) - A senadora italiana Liliana Segre, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz, disse nesta quarta-feira (9) que recebeu mais ameaças de morte após ter sido vacinada contra a Covid-19 e anunciou que, desta vez, tomará medidas legais.
"A vida me ensinou a ser livre e sem medo apesar de ser a pessoa mais velha da Europa obrigada a ter uma escolta [policial] por causa de todos os insultos, agressões verbais e ameaças de morte que recebo também porque fui vacinada, e eu 'não sou uma antivacina'", disse ela em um fórum nacional de mulheres judias em Milão.
A senadora vitalícia de 92 anos contou ainda que ontem recebeu "uma maldição tão forte assinada" a qual, pela primeira vez, irá "processar essa pessoa".
"Faz tanto tempo que permaneço em silêncio sobre essas pessoas que têm me insultado, mas agora vou denunciá-las. Se você pensar bem, é uma coisa ruim me desejar a morte aos 92 anos", acrescentou.
Desde que foi vacinada pela primeira vez contra a Covid-19, Segre recebeu uma série de ataques antissemitas e até criticou as pessoas que comparam a perseguição aos judeus às regras que buscavam incentivar a vacinação contra o novo coronavírus.
No último dia 5 de novembro, a senadora chegou a se expressar duramente sobre a reintegração dos médicos antivacinas. "Eu teria sido muito mais severa, enquanto isso vou para a quinta vacina", disse ela sobre a decisão do governo da nova primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. (ANSA).