(ANSA) - O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, disse nesta quinta-feira (10) que as travessias de migrantes do norte da África para a Itália devem ser interrompidas e seu país irá propor um plano para impedir o tráfico de pessoas.
Segundo ele, a iniciativa impulsionará o desenvolvimento econômico do norte da África para que os migrantes possam ficar em casa.
Piantedosi afirmou que a descoberta do corpo de uma criança em um pequeno barco ao largo de Lampedusa "infelizmente testemunha que as travessias devem ser interrompidas o mais rápido possível".
"Muitas vezes as pessoas acham que as ações desenvolvidas para tentar acabar com este tráfico é orientada por não se sabe bem o quê. Na realidade, é porque esta situação não é sustentável", disse o ministro italiano.
"Vamos concretizar a ação que estamos planejando como governo para propor um plano para o Norte da África. E vamos, sobretudo, intensificar as relações com esses países para colaborar com eles para acabar com esse tráfico, apoiando-os em seu desenvolvimento econômico", acrescentou Piantedosi.
As declarações foram dadas durante a visita do ministro ao Tribunal de Recursos de Roma, onde se encontrou com o atual presidente, Giuseppe Meliadò.
A promessa é feita após a França ter divulgado um apelo aos países europeus para encontrar uma solução para o problema da migração ilegal no Mediterrâneo, depois da polêmica envolvendo o acolhimento de pessoas resgatadas no mar pelo governo italiano.
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, inclusive, pediu a "todos os outros participantes" do mecanismo europeu de realocação de migrantes, "em particular à Alemanha", para suspenderem a recepção de refugiados atualmente na Itália.
Pianteosi, no entanto, explicou que "a solidariedade europeia está sendo anunciada, mas até agora a Itália enfrentou este problema sozinha e nosso sistema de acolhimento está em sérias dificuldades".
"É, portanto, evidente que a Itália não poderá concordar com soluções para um Pacto Europeu que não seja adequadamente equilibrado entre medidas de solidariedade e de responsabilidade exclusiva na gestão dos fluxos", disse o ministro do Interior, reforçando que o governo italiano continua "a defender que a solução mais séria é trabalhar em conjunto para travar as saídas do Norte de África". (ANSA).