União Europeia

Itália defende estratégia europeia para crise migratória

Chanceler italiano criticou reação 'exagerada' da França

Redazione Ansa

(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou neste domingo (13) que o país não pode ser o único local de desembarque e defendeu "uma estratégia europeia para os migrantes".

"Colocamos um problema político, o problema da imigração nos afeta de maneira particular. Continuamos a acolhê-los com solidariedade, mas a questão deve ser abordada hoje. Precisamos de uma estratégia europeia, Itália não pode ser o único local de chegada" dos migrantes, disse à Rai 3.

Segundo o vice-premiê da Itália, "ninguém quer colocar lenha na fogueira, mas o problema deve ser enfrentado a nível europeu".

Tajani criticou ainda a reação "exagerada" do governo francês de suspender o mecanismo para a realocação de migrantes da Itália e reforçar os controles nas fronteiras entre os dois países após a recusa da administração de Giorgia Meloni de receber pessoas resgatadas no Mediterrâneo.

"Estamos prontos para falar com os franceses, é são os franceses que reagiram de forma desproporcional. Parece-me mais por uma questão de política interna", acrescentou o chanceler italiano.

Normas internacionais de navegação determinam que pessoas resgatadas em alto mar sejam levadas ao porto seguro mais próximo, papel que, no caso de migrantes socorridos no Mediterrâneo Central, caberia à Itália ou a Malta.

Tajani, no entanto, reforçou que as ONGs "não têm papel político", mas devem salvar vidas, além de lembrar um relatório da Frontex sobre "compromissos no mar entre traficantes" e ONGs para levar migrantes a bordo.

Hoje, o ministro da Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, também criticou os desembarques de migrantes no país. "Quem erra paga. Isso mesmo. À vista, multas, sequestros e mais controles. O governo está pronto para bater forte nos desembarques", escreveu no Twitter.

Já o porta-voz do governo francês, Olivier Véran, disse que Paris pediu à "Europa que se expresse muito rapidamente sobre os desenvolvimentos que se seguirão" após a recusa da Itália em receber o Ocean Viking e os migrantes a bordo.

Em entrevista à Bfm-TV, Véran voltou a criticar a "decisão unilateral, inaceitável, ineficaz e injusta do atual governo italiano". "A primeira resposta foi a humanitária, e nós a fizemos, dando as boas-vindas ao navio em Toulon. A segunda é lembrar as obrigações da Itália e se o país se recusar, imaginar qualquer medida que possa ser útil". (ANSA).
   

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