(ANSA) - A polícia de Caltanissetta, cidade que está localizada na região da Sicília, na Itália, fez uma operação nesta quinta-feira (17) para desmantelar uma rede de tráfico internacional de pessoas. Entre as 18 pessoas alvos de ordens de detenção da Mar Aberto, estão 11 tunisianos e sete italianos.
As autoridades informaram que 12 pessoas foram levadas para presídios e as demais devem cumprir prisão domiciliar.
Um dos investigados foi preso em Ferrara; outro já estava detido por crimes do mesmo tipo da operação atual; um tunisiano havia sido solto de um presídio de Roma há poucos dias e foi levado novamente a um centro de detenção; e os demais foram presos na região da Sicília, nas cidades de Caltanissetta (oito pessoas) e Ragusa (uma). Há seis pessoas ainda sendo procuradas.
Os acusados faziam viagens regulares entre Itália e Tunísia para buscar pessoas que tentavam migrar de maneira ilegal ao país europeu. Segundo a investigação, os traficantes buscavam de 10 a 30 pessoas por vez e elas desciam no porto de Gela ou nos da província de Agrigento.
Cada estrangeiro pagava entre 3 mil e 5 mil euros, fazendo com que os lucros das viagens pudessem chegar a até 70 mil euros.
As investigações começaram em 21 de fevereiro de 2019 após um barco de 10 metros atracar no porto de Gela e dezenas de pessoas descerem dele. A delegacia de Caltanissetta então descobriu que a embarcação havia sido roubada em Catânia e que ela havia servido para o desembarque de um grupo de pessoas do norte da África alguns dias antes no mesmo local.
Os agentes chegaram a um casal de tunisianos que seriam os responsáveis em favorecer a entrada irregular de migrantes no território italiano.
A Procuradoria da cidade afirmou que "há graves indícios de participação [dos acusados] em uma organização criminosa dedicada ao favorecimento da imigração clandestina agravada" e que tinha "caráter transnacional por estar sendo operada em mais de um país".
Entre os agravantes, estão a exposição a um "sério perigo de vida" pelas condições de transporte dos migrantes e de ter submetido os estrangeiros "a tratamento desumano e degradante".
Em uma das interceptações das conversas dos criminosos está a orientação para que as pessoas fossem "empurradas para o mar" em caso de problemas técnicos nas embarcações. (ANSA).