(ANSA) - A Comissão Europeia alertou nesta terça-feira (22) a Itália sobre os riscos derivados do alto nível de dívida pública e ressaltou "os temores para a sustentabilidade fiscal".
A informação consta no relatório do mecanismo de alerta sobre os desequilíbrios macroeconômicos e garante que a preocupação sobre "a elevada relação entre dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) na Itália permanece inalterada.
"A dívida mantém-se elevada e embora tenha caído para 150,3% do PIB em 2021 deverá manter-se bem acima do nível de 2019", diz o documento.
Além disso, a previsão é que "o déficit, reduzido para 7,2% em 2022, continue a diminuir". A UE alerta ainda que a Itália e outros oito Estados-membros podem enfrentar "riscos elevados para a sustentabilidade fiscal", pois são "vulneráveis a mudanças nas condições de financiamento".
No total, a Comissão Europeia identificou desequilíbrios macroeconômicos excessivos que irá acompanhar "em profundidade" ao longo dos próximos meses em 17 Estados-membros - Itália, Espanha, Chipre, França, Alemanha, Grécia, Holanda, Portugal, Romênia, Suécia, República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Luxemburgo e Eslováquia.
O vice-presidente da Comissão da UE, Valdis Dombrovskis, inclusive, explicou que Bruxelas espera "receber brevemente o plano completo do novo governo" e dará seu parecer "nas próximas semanas".
"Não adotamos um parecer sobre o projeto de plano orçamentário da Itália porque foi apresentado pelo governo cessante com políticas inalteradas. Esperamos receber o plano completo do novo governo em breve e daremos nosso parecer nas próximas semanas", acrescentou Dombrovskis.
O relatório informa ainda que, "em um cenário de aumento de 1 ponto percentual no diferencial crescimento-juros, a dívida aumentaria em mais de 10 pontos percentuais do PIB até 2023 na Itália, Grécia, Espanha e Portugal".
Energia -
Hoje, após a Comissão Europeia apresentar o texto sobre a implementação do teto de preços para o gás natural, o Comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni, afirmou que "a maior parte das medidas de apoio à energia anunciadas até agora não chega mais uma vez aos mais vulneráveis".
"Com os preços da energia a manterem-se elevados no próximo ano e as medidas de apoio a serem alargadas, há uma necessidade urgente de adaptar o seu desenho para evitar encargos desnecessariamente elevados para as finanças públicas e manter os incentivos à redução do consumo de combustíveis fósseis", acrescentou. (ANSA).