União Europeia

Meloni recebe ameaças de morte por mudanças em renda básica

Premiê da Itália foi criticada por mudanças no programa social

Redazione Ansa

(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e sua filha, Ginevra, de seis anos, receberam nesta terça-feira (6) uma série de ameaças de morte nas redes sociais por causa das alterações que o governo pretende fazer na renda de cidadania, principal programa social do país, a partir de 2023.

"Cuidado, você e sua filha levam uma facada na barriga, vocês tiram a renda e eu mato sua filha com certeza", promete um usuário do Twitter.

Outro internauta afirmou que "é preciso a morte dela [Meloni] e de sua filha", enquanto mais um homem ressaltou: "Lembre-se que você me força a destruir sua vida se você tocar na renda de cidadania". Em outra ameaça, o usuário afirma que a premiê irá "chorar o quanto quiser quando ver sua filha em uma poça de sangue".

As ofensas foram publicadas logo após o ex-premiê da Itália Giuseppe Conte, do Movimento 5 Estrelas (M5S) criticar o governo Meloni pelas mudanças na principal bandeira do partido antissistema.

A renda de cidadania distribui subsídios mensais de até 1.050 euros (R$ 5,8 mil) para famílias de baixa renda, com a contrapartida de que os beneficiários se inscrevam em platafomas de emprego e aceitem ofertas de trabalho quando possível. No entanto, o governo Meloni aprovou uma medida que determina que, em 2023, pessoas aptas a trabalhar só recebam o valor por no máximo oito meses.

"Proximidade e solidariedade com a primeira-ministra Giorgia Meloni pelas gravíssimas ameaças de morte dirigidas a ela e sua família através das redes sociais por supostos beneficiários da renda básica. Este episódio indizível é produto do clima de ódio fomentado pela falsa narrativa daqueles que tentam chegar a um consenso fácil sobre as dificuldades sociais. Violência e ameaças não deterão uma mulher corajosa como ela, empenhada em reerguer a Itália após anos de maus governos", lamentou o subsecretário para a Implementação do Programa de Governo, senador Giovanbattista Fazzolari.

Para Marco Cerreto, líder da Comissão de Agricultura da Câmara, "os contínuos ataques intimidatórios contra o atual governo estão dando uma imagem falsificada de nosso país".

"Com a votação de 25 de setembro, os italianos escolheram quem serão representados e o programa pretendido continua. As ameaças de morte dirigidas a nossa premiê Giorgia Meloni e a sua filha recordam momentos de uma Itália que felizmente já não existe", concluiu Cerreto, enfatizando que "Conte intervém detendo um eleitorado de quem só deveria ter vergonha".

De acordo com o deputado Gianfranco Rotondi, a Itália "precisa de serenidade e reconciliação, mas aparentemente o perfil moderado de Giorgia Meloni não é suficiente". "O ataque social continua além dos confins do ódio", finalizou. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it