(ANSA) - Os vencedores do prêmio Nobel da Paz atacaram o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o discurso de recebimento de suas medalhas neste sábado (10). Após dois anos sendo realizada de forma virtual por conta da pandemia de Covid-19, a cerimônia de entrega voltou a ser realizada em um evento de gala em Oslo.
Em 2022, os ganhadores foram o ativista pelos direitos humanos em Belarus Ales Bialiatski, que está preso, e as ONGs Memorial, da Rússia, e Centro para Liberdades Civis, da Ucrânia.
Um dos dirigentes da Memorial, Yan Rachinsky, afirmou que Putin está fazendo uma guerra "louca e criminosa" contra o país vizinho e disse que, sob o atual mandatário, "a resistência é chamada de fascismo". "Essa é uma distorção inventada para a justificativa ideológica para a loucura criminosa da guerra de agressão à Ucrânia", ressaltou.
Já a chefe da ONG ucraniana, Oleksandra Matviychuk, ressaltou que a paz em seu país não pode vir apenas com os militares locais "depondo as armas" contra Putin. "O povo ucraniano quer a paz mais do que qualquer outro no mundo. Mas, a paz de um país não pode ser atingida apenas depondo as armas. Não seria paz, seria uma ocupação", disse aos presentes.
Bialiatski foi representado por Natallia Pinchuk, esposa e ativista, que também destacou que Belarus "está na prisão" por ter o presidente Aleksandr Lukashenko, aliado fiel de Putin, no poder.
"Ales e todos nós sabemos da importância e do risco de cumprir a missão dos defensores de direitos humanos especialmente nesse trágico momento de agressão da Rússia contra a Ucrânia", pontuou.
Parisi presente
O italiano Giorgio Parisi, vencedor do Nobel de Física de 2021, também estava entre os convidados de honra do evento em Oslo e celebrou a retomada da cerimônia presencial.
"É muito bonito rever tantos amigos premiados esse ano e no ano passado. Estou feliz de festejar com a minha família aqui comigo", disse à ANSA no Concert Hall. (ANSA).