(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou durante o Conselho Europeu desta quinta-feira (15), em Bruxelas, que a questão migratória é "central" para o novo governo do país - que assumiu o posto no fim de outubro.
"A migração é um tema central para a Itália. Um tema complexo sobre o qual os Estados-membros têm visões diferentes, mas sobre o qual é preciso dar um sinal político e um compromisso claro por parte da UE. Se necessário, podemos também colocar o tema para uma reunião exclusiva", disse aos colegas europeus.
Segundo fontes que participaram do encontro, Meloni reforçou que é preciso que o bloco tenha uma "visão estratégica" na relação com os países que ficam no Sul do Mediterrâneo. A premiê destacou que essa área "pode e deve" representar uma oportunidade para a UE, já que compartilham alguns desafios em comum, como a gestão da migração e temas relacionados ao abastecimento da energia.
A questão migratória sempre foi um dos principais temas dos partidos que compõem o bloco governista que apoia Meloni - além da sua sigla ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI), fazem parte a Liga (extrema direita) e o Força Itália (conservador). O programa de governo dos três incluía uma proposta de bloqueio naval para os migrantes, mas até agora isso não foi colocado em prática.
Porém, o governo vem barrando o trabalho das ONGs de resgate e salvamento que atuam na região do Mediterrâneo - chegando a bloquear algumas delas por mais de duas semanas, o que também criou uma crise com a França.
Apesar da Itália ser um dos países que mais recebe migrantes pelo mar, a imensa maioria deles não fica no território nacional, partindo para países mais ao norte da Europa, como Alemanha e França.
Durante as reuniões da manhã, Meloni focou sua fala nas questões energéticas, cobrando a criação de um teto de preços para o gás natural.
Nota oficial
Em nota oficial, a premiê da Itália comemorou os resultados da reunião do Conselho Europeu desta quinta-feira (15).
"Meloni acolhe com grande satisfação o acordo atingido por meio de procedimento escrito do pacote sobre a taxação mínima das multinacionais, a assistência macrofinanceira à Ucrânia com garantias no Orçamento da UE, e a aprovação do PNRR [plano de recuperação] da Hungria", diz o comunicado. (ANSA).