União Europeia

Médicos cubanos começam a chegar em região carente na Itália

Primeiros 50 profissionais já estão em Cosenza, na Calábria

Médicos cubanos ajudaram a Itália durante a pandemia de Covid-19 (foto de arquivo)

Redazione Ansa

(ANSA) - Os primeiros 50 médicos cubanos que ajudarão no atendimento à população na região da Calábria, uma das mais pobres da Itália, chegaram à cidade de Consenza nesta quarta-feira (28). Eles atuarão nos hospitais de Locri, Polistena, Gioia Tauro e Melito Porto Salvo.

Ao todo, o acordo firmado em agosto entre o governador local, Roberto Occhiuto, do conservador Força Itália (FI), e a Comercializadora de Servicios Medicos Cubanos (CSMC), prevê a chegada de 500 profissionais que devem atuar na região ao menos por seis meses - que poderão ser prorrogados.

"Tentaram nos parar, com polêmicas e criando problemas burocráticos, mas conseguimos fazer. Como já disse mais de uma vez, eles não roubarão nenhum posto de trabalho dos médicos italianos, mas nos ajudarão a manter abertos os hospitais. Em 2 de janeiro, eles começarão um curso na Universidade da Calábria e, assim que estiverem prontos, começarão a trabalhar nos nossos hospitais", afirmou Occhiuto.

O governador ainda confirmou que sua equipe está buscando médicos italianos por meio de concursos e que trabalha "sem parar" para isso. "Mas, agora, o perigo era que teríamos que fechar estruturas sanitárias por falta de pessoal. É nosso dever enfrentar essa emergência com todos os instrumentos que temos à disposição para garantir cuidados e serviços aos calabreses", pontuou ainda.

Ao todo, o governo regional estima que a Calábria precisaria de cerca de dois mil profissionais para fornecer atendimento sem problemas para a população. Além disso, Occhiuto ainda destacou em agosto que a região tem dinheiro para contratar médicos, mas que não há interessados em trabalhar no local.

Conforme dados do Instituto Nacional de Estatística (Istat), a Calábria tem 24,1% de seus moradores vivendo em condição de pobreza, tendo o terceiro pior índice em território italiano - atrás apenas da Puglia (32,2%) e da Campânia (29%).

O sistema de saúde calabrês também enfrenta outra questão: ele está sob intervenção de Roma desde 2009 devido a dívidas e infiltrações do crime organizado em gestões anteriores - a Calábria é berço da 'ndrangheta, uma máfia poderosa e com ligações no mundo inteiro.

Essa não é a primeira vez que médicos cubanos vão ajudar o sistema sanitário italiano. Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, profissionais do país caribenho foram enviados para hospitais de campanha montados em Crema e em Turim, no rico norte italiano. (ANSA).
   

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