(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, completou 100 dias de governo neste domingo (29) e afirmou que o país "está em uma situação mais sólida" do que muitos querem que os cidadãos acreditem.
Em uma publicação nas redes social, por ocasião da data, Meloni explicou que a economia italiana tem se recuperado desde quando assumiu o governo como a primeira mulher premiê, em 22 de outubro de 2022.
"Nos últimos anos, o spread foi considerado o grande parâmetro para avaliar o estado da economia italiana. Nos últimos 100 dias, caiu de 236 para 175 pontos base. A Bolsa registrou um aumento de 20%, o Banco da Itália estima que no segundo semestre de 2023 a economia italiana se recupere fortemente e que essa recuperação se estabilize em 2024 e 2025", afirmou ela, acrescentando que espera "que a inflação volte a níveis aceitáveis".
De acordo com Meloni, sua administração não visa "medidas pontuais", tendo em vista que viu "governos que precisavam comunicar diferentes iniciativas todos os dias, mas essas iniciativas não eram soluções". "Eu quero soluções", enfatizou.
Desta forma, a premiê italiana teve uma longa conversa com o ministro da Justiça, Carlo Nordio, que "está empenhado em uma reforma judiciária muito séria e ampla que possa garantir tempos certos e garantias máximas para quem está sendo julgado e investigado, mas também garantias máximas de que quando você está condenado, você cumpre sua sentença".
Na publicação, a líder italiana falou sobre a crise migratória e revelou também que, "antes do Conselho Europeu, estarei em algumas das principais capitais europeias para apoiar a posição da Itália e convencer as principais nações a nos ajudar a dar passos adiante na rota do Mediterrâneo central".
Para ela, estes são "passos importantes aos quais devemos acrescentar a possibilidade e a capacidade que a Itália tem de ter relações e contatos bilaterais, presença, no norte da África também para evitar saídas e criar desenvolvimento para que as pessoas não tenham que fugir de sua casa".
"Antes do direito de emigrar deve existir o direito de não fazê-lo, o direito de viver na própria nação, quando não é explorada, pode crescer e ser sustentada. E é o trabalho que a Itália está fazendo. Um muito precioso e que, estou certa, dará frutos muito significativos".
Nascida em Roma em 15 de janeiro de 1977, Giorgia Meloni se aproximou da política aos 15 anos da idade, quando aderiu à "Frente da Juventude", organização juvenil ligada ao extinto partido pós-fascista Movimento Social Italiana (MSI), que havia sido criado por egressos do regime de Benito Mussolini.
Desde então, Meloni manteve um discurso radicalizado em temas como imigração e direitos civis - ela defende um bloqueio naval contra migrantes do Mediterrâneo e é contra a adoção por homossexuais -, mas tentou se vender como mais moderada em outras áreas, principalmente para acalmar quem acreditava que a chegada da extrema direita ao poder seria um "golpe" na estabilidade da democracia.
Durante seus 100 dias de governo, Meloni seguiu uma linha mais parecida com seu antecessor, Mario Draghi, e "renunciou" boa parte dos princípios populistas. Além disso, apesar de ser aliada de políticos pró-Rússia, como Matteo Salvini e Silvio Berlusconi, a premiê tem demonstrado apoio incondicional a Kiev, em alinhamento com a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). (ANSA).