(ANSA) - A União Europeia anunciou nesta terça-feira (7) a imposição de sanções contra funcionários públicos e entidades do Afeganistão, Irã, Myanmar, Rússia, Síria e Sudão do Sul por conta de atos de violência e abusos contra as mulheres. O anúncio ocorre na véspera da celebração do Dia da Mulher, neste 8 de março.
As punições entram no "regime de sanções globais pelos direitos humanos" (Eughrs, na sigla em inglês) e são nove pessoas e três entidades estatais sancionadas. Os indivíduos terão vistos bloqueados, sendo impedidos de viajar para a UE, e todos terão bens congelados em países do bloco. Além disso, serão proibidos de negociar serviços com os europeus.
Entre os sancionados, estão policiais e militares russos que "prenderam e torturaram" mulheres que protestavam contra a guerra na Ucrânia ou que comandam unidades acusadas sistematicamente de abusos sexuais no país invadido.
Já no Afeganistão, um dos punidos foi o ministro da Educação, Neda Mohammad Nadeem, que desde o fim do ano passado proibiu que as mulheres frequentem as universidades e que restringiu praticamente todo o ensino de meninas e adolescentes sob o regime do Talibã.
No Irã, mais pessoas foram punidas pela repressão, violência e abusos de mulheres que estão indo às ruas desde setembro do ano passado para protestar pela morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, que faleceu enquanto estava sob custódia da polícia da moral e dos bons costumes por não usar corretamente o véu islâmico.
No Sudão do Sul, na Síria e em Myanmar foram punidos líderes militares acusados de usar os estupros como arma de guerra contra mulheres e também contra pessoas LGBTQIA+.
"Com essas sanções, estamos enviando um sinal claro aos culpados de violência sexual de que eles não vão escapar impunes. Essas ações horríveis e degradantes têm consequências. E também estamos enviando um sinal às vítimas: como União Europeia, apoiamos essas pessoas, onde quer que estejam no mundo", disse o ministro das Relações Exteriores dos Países Baixos, Wopke Hoekstra, em nota.
O chanceler ainda afirmou que mais pessoas e entidades serão punidas e que essas sanções "são um meio importante de defender valores universais e impor mudanças internacionalmente". "Com esse pacote, desencorajamos outras pessoas a ter o mesmo comportamento", concluiu. (ANSA).