(ANSA) - A Comissão Europeia e a Tunísia chegaram a um acordo para fazer uma "parceria operacional" mais forte na luta contra o tráfico de migrantes, informa a comissária do Interior do bloco, Ylva Johansson, ao fim da visita ao país africano nesta sexta-feira (28).
"Nós concordamos em reforçar a nossa cooperação na luta contra o tráfico de seres humanos e em prosseguir com a nossa Parceria de Talentos para a migração legal", disse Johansson em suas redes sociais.
Fontes da Comissão informaram que os "especialistas dos dois lados definiram os detalhes dessa parceria, que permitirá uma ação mais eficaz contra a migração irregular" e que, em particular, está previsto o "apoio à proteção das fronteiras marítimas e das fronteiras meridionais da Tunísia, o reforço da cooperação entre polícia e autoridades judiciárias, e a potencialização da interação operacional com as agências da UE competentes, como Eurojust e Europol".
Nesse contexto, as autoridades tunisianas e da Europol trabalharão "para finalizar as negociações em vista da assinatura de um acordo de trabalho e sensibilização sobre os perigos da migração irregular, com campanhas de informação financiadas pela UE a serem lançadas em maio e junho".
Já o lado europeu se dispôs a fornecer um apoio "significativo" para consolidar as capacidades do país africano na resposta ao recrudescimento do fluxo migratório e que isso deve ser feito de um "ponto de vista multidimensional".
Os dois lados ainda concordaram em reforçar a cooperação nos casos de proteção e repatriação dos migrantes irregulares na Tunísia para seus países de origem, com um maior apoio europeu "para a repatriação voluntária e a reintegração", com respeito aos direitos humanos e à dignidade humana.
Também ficou acertado que serão reforçados os programas que já existem e são voltados para apoiar uma "reintegração socioeconômica mais eficaz" dos migrantes tunisianos que voltaram par seu país.
A Tunísia, ao lado da Líbia, é o principal porto de saída de barcos com migrantes de várias nações africanas em direção à Itália e a Malta pela chamada "rota do Mediterrâneo Central" - a mais letal da região.
Segundo dados divulgados recentemente pelas Nações Unidas, mais de 400 pessoas morreram só nos três primeiros meses do ano, quando a chegada de embarcações aumentou cerca de quatro vezes na comparação com os dois anos anteriores. (ANSA).