(ANSA) - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, reiterou nesta terça-feira (13) que o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul deve ser revisto para levar em consideração as assimetrias entre as economias dos dois blocos.
"Há um princípio de acordo que pedimos revisão porque acreditamos que não reflete totalmente os interesses da região", declarou Fernández em entrevista coletiva na Casa Rosada, em Buenos Aires, após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
"Desde o Mercosul temos trabalhado para apresentar nossos pedidos, e nosso objetivo é corrigir as assimetrias entre as duas economias, caso contrário será um acordo útil para a UE e prejudicial para o Mercosul", acrescentou o líder argentino.
À margem da questão sobre o acordo UE-Mercosul, Fernández descreveu a conversa com Von der Leyen como "frutífera". Na ocasião, as partes assinaram um memorando de entendimento sobre as cadeias de valor das matérias-primas sustentáveis, uma iniciativa que, segundo o presidente argentino, permitirá à UE "estar mais envolvida na produção de lítio, cobre, hidrogênio verde, GNL. Todas as questões energéticas que dizem respeito à UE e para as quais o Mercosul pode ser um fornecedor".
Já a presidente da Comissão Europeia explicou que fará o possível para concluir rapidamente o acordo político UE-Mercosul, o mais tardar até o final do ano. "Há uma janela de oportunidade e seria uma pena perder isto", enfatizou ela.
De acordo com Von der Leyen, "o acordo está negociado, enviamos uma carta e estamos esperando a resposta para encontrar soluções".
Iniciadas em 1999, as negociações entre os blocos terminaram com um acordo político em 2019, mas o processo de ratificação segue travado desde então, principalmente devido ao aumento do desmatamento na Amazônia.
No entanto, as conversas voltaram a ganhar força após a posse do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta renegociar o acordo ainda neste ano.
Ucrânia -
A presidente da Comissão Europeia defendeu ainda a manutenção do apoio à Ucrânia em meio a guerra iniciada pelo governo de Vladimir Putin.
"Se a Rússia parar de lutar, a guerra acabou. Se a Ucrânia parar de lutar, ela para de se defender e desaparece. Isso mostra que a Ucrânia deve ser apoiada em seu direito à soberania e integridade territorial", declarou ela durante coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, após encontro na Casa Rosada, em Buenos Aires.
"Todos nós queremos a paz, mas deve ser uma paz justa e duradoura", acrescentou von der Leyen, convidando todos a trabalharem no plano de paz de 10 pontos baseado no documento da ONU ou nas resoluções apresentadas pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Além disso, a presidente da Comissão Europeia agradeceu à Argentina "pelo firme e inabalável apoio às resoluções das Nações Unidas" sobre a Ucrânia. (ANSA)
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