(ANSA) - Por Patrizia Antonini - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que os "investimentos da UE no mundo são diferentes e não criam dependências potencialmente danosas".
Em entrevista à ANSA, a mandatária traçou um balanço "muito positivo de sua viagem por Brasil, Argentina, Chile e México, evidenciando o grande "nível de interesse e empenho" encontrado e insistindo na "abordagem entre iguais" do plano de investimentos da UE, diferentemente da Rota da Seda chinesa, que a líder evita citar nominalmente.
"A UE é o principal investidor na região. E os fluxos estão destinados a aumentar, enquanto trabalhamos para concluir uma série de acordos comerciais importantes", declarou a presidente, a começar pelo pacto UE-Mercosul, mas também o acordo-quadro com o Chile, a ser assinado "até o fim do ano", e a atualização do acordo com o México, que será finalizada em 2023.
"Também tem havido grande interesse pelo Global Gateway", comentou Von der Leyen, apontando as diferenças em relação a "outros programas que trazem condições escritas em letras miúdas, mas com consequências importantes, tanto ambientais como financeiras ou sociais, e que levam a dependências econômicas potencialmente danosas".
"A diversificação é fundamental, e devem ser evitadas dependências excessivas. Acredito que a América Latina e a UE compartilham essa análise como base para a parceria. A abordagem da UE é diferente. É construída sobre confiança, transparência e colaboração entre pares, e o valor criado pelos investimentos permanece nas comunidades locais", afirmou a presidente.
No caminho UE-Mercosul, segundo a alemã, não há problemas intransponíveis. "Combinamos trabalhar muito para resolver as questões remanescentes e fechar o acordo até o final do ano. Para isso, conto muito com a atual presidência argentina do Mercosul e com a subsequente do Brasil. Vou acompanhar o assunto de perto. A janela é agora, neste contexto geopolítico", disse.
Sobre os "10 bilhões de euros" de investimentos europeus na América Latina anunciados durante a viagem, Von der Leyen esclareceu: "São realmente um ponto de partida, espero muito, muito mais com os compromissos bilaterais dos Estados-membros e com investimentos privados. Faremos um balanço da cúpula UE-Celac, em Bruxelas, no próximo mês".
A presidente disse estar "muito satisfeita com os resultados concretos" da missão: o lançamento de um fundo Global Gateway de 2 bilhões de euros para a produção de hidrogênio verde e eficiência energética no Brasil; um memorando de entendimento sobre matérias-primas críticas na Argentina; um fundo para hidrogênio verde com o apoio do Global Gateway e, em breve, um acordo sobre matérias-primas críticas no Chile. Enquanto no México, o Global Gateway financiará o Plano Sonora, voltado a energias renováveis e matérias-primas críticas.
Sobre a Ucrânia, Von der Leyen elogiou "o apoio à ordem multilateral baseada em regras reafirmado pelos líderes latino-americanos e a condenação da agressão da Rússia, como já aconteceu em fóruns multilaterais, incluindo a ONU".
"Ressaltei a importância do apoio deles. Concordamos em continuar trabalhando juntos nos fóruns internacionais, também para enfrentar as ondas de choque globais da guerra, com os preços da energia e a inflação em alta mesmo nesta parte do mundo", acrescentou.
Segundo Von der Leyen, "todos querem que essa guerra acabe, mas a paz deve ser justa e duradoura, além de restabelecer completamente a integridade territorial da Ucrânia. "É por isso que a UE apoia a fórmula de paz do presidente Zelensky, que é consistente com os princípios da Carta das Nações Unidas", ressaltou. (ANSA)
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