(ANSA) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os premiês da Itália, Giorgia Meloni, e da Holanda, Mark Rutte, assinaram, junto do líder da Tunísia, Kais Saied, um memorando de entendimento baseado em cinco pilares, incluindo a crise migratória no Mediterrâneo.
"Nossas equipes trabalharam duro para construir rapidamente um pacote forte, que representa um investimento em nossa prosperidade compartilhada, na estabilidade e nas gerações futuras", escreveu Von der Leyen, no Twitter.
Segundo a líder da Comissão Europeia, o memorando é baseado "em cinco pilares: assistência macrofinanceira da UE, fortalecimento dos laços econômicos, cooperação em energia verde, migração e promoção dos contatos entre as pessoas".
No entanto, "a assistência macrofinanceira será fornecida quando as condições permitirem", explicou ela, fazendo referência ao impasse entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Tunis sobre os empréstimos à Tunísia.
A assinatura desse acordo estava prevista para o fim de junho, mas acabou sendo adiada devido aos atrasos nas negociações. Apesar dos detalhes não terem sido divulgados, um dos empecilhos era a oposição de Said a ser o "guarda de fronteira" da UE.
A iniciativa é impulsionada pela Itália, que deseja fazer a UE aumentar seu apoio financeiro à Tunísia para reduzir os fluxos migratórios irregulares no Mediterrâneo Central. Bruxelas, no entanto, já havia dito que eventuais repasses só serão feitos se o país africano tratar migrantes com "dignidade".
A Tunísia é acusada de violências contra migrantes e maus-tratos contra deslocados internacionais, em meio a uma severa crise política e econômica.
"Conseguimos um objetivo muito importante que vem depois de muito trabalho diplomático. O memorando é um passo importante para criar uma verdadeira parceria entre a UE e a Tunísia", comemorou a premiê da Itália.
Meloni explicou que o acordo deve ser considerado "um modelo" para as relações entre a UE e os países do Norte de África e permite "enfrentar a crise migratória de forma integrada".
"Como diplomacia italiana trabalhamos há muito tempo para esse objetivo. Este tipo de parceria seria impensável até há poucos meses, digo-o com orgulho, mas também com gratidão para com a Comissão. O memorando é um ponto de partida", concluiu. (ANSA).