(ANSA) - Por Giuseppe Maria Laudani - Uma maré humana em fuga em direção à Armênia. Milhares de armênios abandonaram nas últimas horas Nagorno Karabakh, uma região sob domínio do Azerbaijão, após a violenta ofensiva militar da semana passada, que resultou em centenas de mortos, feridos e desaparecidos nessa região disputada do Cáucaso meridional.
Um êxodo em massa poucos dias após a rápida vitória das forças azeris sobre as tropas da autoproclamada 'república' rebelde, apesar das garantias do presidente azeri, Ilham Aliev, de que os direitos dos armênios que permanecerem serão "garantidos".
Uma situação difícil que hoje (25) também registrou novas vítimas na explosão de um depósito de combustíveis na região, o que preocupa as chancelarias ocidentais, que temem uma escalada adicional após o conflito ucraniano às portas da Europa, e que será tema de discussão amanhã (26) em uma reunião específica.
Segundo informações de fontes europeias, os conselheiros nacionais de segurança da Armênia, Azerbaijão, França e Alemanha se reunirão com o representante especial da UE para o Cáucaso Meridional, Toivo Klaar.
O encontro será sediado em Bruxelas, com a presença do conselheiro nacional de segurança do Conselho da UE, Simon Mordue.
O objetivo da reunião é fazer um balanço da situação atual e preparar uma possível reunião dos líderes em Granada, onde será realizada a Cúpula da Comunidade Política Europeia, em 5 de outubro.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan também está envolvido, tendo chegado à região azeri de Nakhichevan, localizada entre a Armênia e o Irã e na fronteira com a Turquia, para se encontrar com seu homólogo Aliev. Uma parada de forte valor simbólico para o líder de Ancara, que desempenha um papel importante nesta parte do Cáucaso.
A Rússia, por sua vez, é uma convidada indesejada. Moscou, que considera o Cáucaso como seu território e implantou uma força de paz nesta região contestada há três anos, rejeitou veementemente as críticas feitas pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinian no dia anterior, alegando "ataques inaceitáveis contra a Rússia" para se absolver de seus "fracassos".
"Estamos convencidos de que a liderança em Erevan está cometendo um enorme erro, tentando deliberadamente romper os múltiplos e seculares laços entre a Armênia e a Rússia, tornando o país refém dos jogos geopolíticos do Ocidente", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Moscou.
A crise no Cáucaso meridional também preocupa os Estados Unidos, que acreditam que a Rússia não é um "parceiro confiável" após a ofensiva azeri.
"A Rússia demonstrou não ser um parceiro confiável em termos de segurança", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
Explosão
Também nesta segunda (25), ao menos 200 pessoas ficaram feridas após uma explosão em um depósito de combustíveis no enclave, perto da estrada Stepanakert-Askeran.
Segundo os separatistas armenos da região, há mortos, mas o número não foi divulgado. Socorristas e médicos atuam no local.
(ANSA).