União Europeia

Meloni e Scholz encaminham entendimento de Pacto de Estabilidade

Chanceler disse que líderes nunca estiveram tão próximos

Meloni e Scholz se reuniram em Berlim

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Paolo Capelleri - Pequenos passos em direção ao novo Pacto de Estabilidade. De Berlim, Giorgia Meloni e Olaf Scholz enviam esse sinal, um ano após começarem quase em lados opostos em uma negociação que agora se encaminha para o sprint final na Europa, com o objetivo de fechar até o final do ano.

O tempo está se esgotando, o clima político se acalma, mas, tecnicamente, os nós sobre déficit e dívida ainda persistem: como explicam fontes próximas ao assunto, a estrada para uma solução ainda não é curta.

"Estamos mais próximos do que nunca de um resultado", assegura, no entanto, o chanceler, ao lado da primeira-ministra, com quem assinou o Plano de Ação ítalo-alemão.

E, dado que entre os muitos compromissos da cooperação estratégica está também o de "moldar ativamente o futuro da UE", surge a necessidade de encontrar um compromisso.

"A Itália deveria ser mais do que um parceiro menor", enfatizou o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, em um dia que Meloni chamou de "histórico" e e em que ela participou lado a lado com Scholz na videoconferência do G20.

O retorno de Vladimir Putin nesse contexto, mesmo que virtual, desviou grande parte da atenção, embora a primeira-ministra tenha minimizado o impacto do líder russo - papra ela, procurando "não digo propaganda, mas visibilidade política para defender suas posições".

O apoio à Ucrânia é apenas um dos fronts nos quais Roma e Berlim estão alinhados no momento.

Scholz confirmou estar observando "com interesse" o acordo entre Itália e Albânia sobre migrantes, enquanto Meloni promete torná-lo "pioneiro", colocá-lo de maneira séria para que seja replicável.

Crucial no Plano de Ação é a cooperação na área de Defesa, com a mídia alemã focando nos interesses da Leonardo em projetos europeus e na possível colaboração entre Fincantieri e Thyssenkrupp Marine Systems. E há também o gasoduto para gás e hidrogênio.

Mas é principalmente na reforma do Pacto de Estabilidade que agora se trava a batalha entre os dois governos.

Enquanto de Bruxelas vinha a proposta legislativa preparada pela presidência espanhola do Conselho da UE (na qual surgiram os objetivos de transição), alguns avanços foram filtrados da cúpula intergovernamental.

Entre os sete ministros italianos estava também o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, que em Berlim se encontrou com seu homólogo alemão Christian Lindner no dia seguinte ao encontro com o francês Bruno Le Maire.

Roma e Paris pressionam por mais flexibilidade. Mas "não uma política orçamentária alegre", enfatizou Meloni, reiterando a necessidade de defender os investimentos estratégicos nas novas regras de governança.

Os olhos estão voltados para o Conselho para as Questões Econômicas e Financeiras da União Europeia (Ecofin) de 8 de dezembro e para o jantar da véspera entre os ministros. Enquanto isso, os nós ainda estão na mesa.

As novas regras fiscais "devem prever uma redução gradual, realista e sustentável da dívida e do déficit, evitando a prociclicidade e a transição das regras existentes para as novas deve levar em consideração os investimentos já planejados", esclareceu Giorgetti.

Critérios e percentuais ainda não estão definidos. "Se quisermos ter uma ideia dos possíveis números para a redução da dívida, não posso fazer isso se não souber o que acontecerá com os investimentos", resume Meloni.

Scholz, por sua vez, falou em progresso, na direção certa: "O critério de estabilidade deve ter um papel importante, mas não queremos que um país tenha que seguir um programa de austeridade". Um conceito bem recebido em Roma.

Enquanto em Berlim apreciaram a resposta da primeira-ministra a uma pergunta na coletiva de imprensa sobre as dificuldades do governo alemão após a decisão do Tribunal Constitucional sobre o orçamento: "A Alemanha é confiável, eu não gosto da interferência dos Estados membros em assuntos internos".

Ela poderia, observou o jornal Faz, "ter tirado uma certa dose de Schadenfreude", ou seja, "alegria com as desgraças alheias", dadas as "lições habituais de Berlim nas últimas décadas". No entanto, não mostrou nada disso. (ANSA).
   

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