(ANSA) - A União Europeia anunciou neste sábado (2) que vai investir 2,3 bilhões de euros de seu orçamento nos próximos dois anos para apoiar a transição energética no bloco e em todo o mundo.
A informação foi divulgada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no lançamento do compromisso global sobre energias renováveis e eficiência energética na COP28 em Dubai.
"Os fundos integram-se na iniciativa Global Grenn Bond de um bilhão", anunciada em junho, explicou ela, destacando que a UE e os países-membros do bloco estão empenhados em investir "mais de 20 bilhões de euros na cooperação energética só na África".
Segundo a líder da Comissão Europeia, "hoje, o mundo dá um passo importante para limitar o aquecimento global a 1,5ºC", porque "alcançar esta meta começa com a transformação do setor energético.
Von der Leyen enfatizou que "mais de 110 países, de todos os continentes, assinam um compromisso global para duplicar as melhorias na eficiência energética e triplicar a capacidade de energia renovável, para pelo menos 11 terawatts", até 2030. "Isso é uma boa notícia".
"O consumo de energia representa três quartos das emissões globais de gases com efeito de estufa e "deve diminuir", alertou ela, destacando que "as energias renováveis ainda não são suficientemente competitivas em muitas partes do mundo".
Por fim, a presidente da Comissão Europeia disse que é preciso de uma energia que seja conveniente e acessível a todos, esperando que as metas mensuráveis sobre as energias renováveis possam ser refletidas na declaração final da COP28 "como uma contribuição essencial para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis no mix energético global".
Energia nuclear
Hoje, em uma declaração conjunta na COP28, cerca de 20 países, incluindo os Estados Unidos, a França e os Emirados Árabes Unidos, apelaram à triplicação das capacidades de energia nuclear no mundo até 2050, em comparação com 2020, para reduzir a dependência do carvão e do gás, o principal desafio da cúpula climática.
O anúncio foi feito pelo enviado dos EUA para o clima, John Kerry, em Dubai, juntamente com vários líderes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.
A China e a Rússia, hoje os principais construtores de usinas nucleares do mundo, não estão entre os signatários.
Além disso, a Bélgica anunciou que organizará a primeira cúpula nuclear mundial em março de 2024, juntamente com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "Estamos a expandir duas centrais nucleares, investindo 100 milhões em inovação para pequenos reatores Smr. E estamos a quadruplicar a nossa capacidade de energia eólica offshore", afirmou De Croo.
Paralelamente, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, anunciou US$ 3 bilhões ao fundo climático. (ANSA).