(ANSA) - O Conselho Europeu decidiu abrir as negociações de adesão da Ucrânia ao bloco. A informação foi dada nesta quinta-feira (14) pelo presidente do Conselho, Charles Michel, no Twitter.
Segundo fontes europeias, nenhum Estado-membro do bloco continental fez objeção durante as discussões na cúpula da União Europeia, que ocorre entre esta quinta (14) e esta sexta-feira (15).
Após a votação pela ampliação do bloco, Michel ainda disse à imprensa que a decisão “é um momento histórico”, “muito forte” e “demonstra a credibilidade da União Europeia”.
“Hoje, o povo ucraniano sabe que estamos a seu lado”, afirmou.
"Esta é uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e reforça", comemorou, também no Twitter, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em novembro, o Poder Executivo da UE recomendou a abertura das negociações, no âmbito da apresentação do relatório de avaliação dos países candidatos em Bruxelas.
O documento destacou que Kiev concluiu o trabalho em quatro das sete áreas prioritárias identificadas por Bruxelas, mas que ainda faltavam pontos nas três restantes: luta contra a corrupção, regulamentações contra oligarcas e proteção das minorias.
Nesta quinta, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou no Twitter que o dia “entrará na história da UE”.
“Uma decisão estratégica e um dia que ficará impresso na história da nossa União. Orgulhosos por manter nossas promessas e felizes por nossos parceiros”, escreveu.
O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, também aprovou a decisão: “Hoje cumprimos um passo histórico para uma família europeia mais forte. A decisão é uma prova do empenho e da dedicação dos nossos parceiros aos nossos valores comuns e às reformas da UE. É um passo significativo para uma Europa unida, próspera e estável”.
Hungria
O premiê da Hungria, Viktor Orbán, não estava presente na sala do Conselho Europeu quando foi votada a ampliação, segundo fontes europeias.
O político teria notificado a ausência a Charles Michel e não delegou nenhum outro líder para representá-lo.
Ele foi considerado, portanto, “não votante”, e a decisão continua legalmente válida.
Depois, no Facebook, Orbán disse: “A adesão da Ucrânia à UE é uma decisão errada. A Hungria não quer fazer parte. Começar a negociação nessas circunstâncias é uma decisão insensata, irracional. Outros 26 países insistiram para que a decisão fosse tomada. Por isso, a Hungria decidiu que deverão fazê-lo por conta própria.
Geórgia, Moldávia e Bósnia-Herzegovina
Segundo Charles Michel, o bloco também vai abrir as negociações com a Moldávia, e decidiu conceder o status de país candidato à Geórgia.
"A UE abrirá as negociações com a Bósnia-Herzegovina quando for atingido o grau necessário de conformidade aos critérios de adesão", concluiu Michel.
“O dia de hoje representa a pedra fundamental para a Geórgia e a nossa família europeia. A vontade inabalável do povo georgiano falou, levando ao meritório status de candidata. A reunificação da Geórgia com sua família europeia é uma perspectiva irreversível”, escreveu, no Twitter, a presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili.
Sanções
O Conselho Europeu também confirmou a adoção do 12º pacote de sanções contra a Rússia.
A decisão consta no documento de conclusão da parte dedicada à Ucrânia na cúpula da UE.
Zelensky visita Alemanha
Zelensky chegou nesta quinta-feira à Alemanha, para uma visita sem aviso prévio.
A informação foi divulgada pelo jornal Bild, explicando que o líder de Kiev desembarcou em Frankfurt, de acordo com a polícia local.
Em toda a região foram adotadas medidas de segurança reforçadas e várias vias foram fechadas.
Segundo o Bild, na chegada, Zelensky foi a Wiesbaden, onde fica o quartel-general americano para a assistência militar à Ucrânia.
Mais tarde, o Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou ter recebido um novo sistema de defesa aérea Patriot, americano, fornecido pela Alemanha.
O objetivo é que o equipamento auxilie diante do recente aumento de ataques a mísseis e drones russos no país.
"Berlim está fornecendo à Ucrânia o tão necessário apoio militar”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, no Twitter.
A pasta explicou que o Patriot faz parte de um novo pacote de ajudas militares, que compreende mísseis para o sistema antiaéreo, veículos, sistemas de remoção de minas, caminhões, munições e outros equipamentos.
(ANSA).