(ANSA) - A cidade de Bruxelas, na Bélgica, foi alvo nesta segunda-feira (26) de um grande protesto de agricultores, que chegaram a incendiar pilhas de pneus e entrar em conflito com policiais nas proximidades da sede da Comissão Europeia.
As chamas provocaram uma grande coluna de fumaça e os manifestantes soltaram fogos de artifício. A polícia local, por sua vez, tentou conter as chamas com canhões de água. A imprensa local informou que pelo menos três agentes ficaram feridos.
A tensão ficou mais alta após os agricultores interditarem uma rua da cidade belga com os tratores. As forças de ordem dispararam os jatos na direção dos manifestantes, que responderam arremessando ovos e latas nos agentes.
Os manifestantes, que protestam contra as políticas agrícolas da União Europeia, tentaram romper alguns outros bloqueios policiais, mas foram contidos. Os agricultores chegaram tão próximos do Conselho que era possível ouvir as buzinas dos tratores na área do edifício.
A polícia estimou que cerca de 900 tratores estiveram envolvidos na manifestação em Bruxelas. Os veículos bloquearam até o acesso ao principal aeroporto do município.
Os protestos já duram semanas, tanto que a UE já enfraqueceu diversas políticas ambientais do Acordo Verde para tentar acalmar os agricultores.
Entre outras reivindicações, os manifestantes desejam que a UE coloque um ponto final nos acordos de livre comércio.
Estados-membros da UE
Em meio aos protestos de agricultores em Bruxelas, na Bélgica, os 27 Estados-membros da UE pediram nesta segunda-feira (26) que a Comissão Europeia seja mais ambiciosa.
"Os 27 Estados-membros são firmes em declarar que a situação não pode permanecer como está. É necessário adotar medidas rápidas e outras de mais longo prazo na UE", afirmou o ministro belga David Clarinval.
O político acrescentou que as propostas da Comissão Europeia estão indo na "direção certa", mas cobrou "medidas novas e mais ambiciosas".
Os pedidos das nações que formam a UE dizem respeito à "redução de encargos administrativos excessivos", de acordo com Clarinval.
“É necessário adotar medidas que tenham um efeito concreto a curto, médio e longo prazo. Entre os pontos levantados pelos Estados-membros está, entre outras coisas, a condicionalidade flexível", concluiu. (ANSA).