(ANSA) - O chefe da diplomacia da União Europeia acusou Israel de usar a fome na Faixa de Gaza como "arma de guerra" e disse que o enclave se transformou em um "cemitério a céu aberto", em um dos posicionamentos mais duros do bloco desde o início do conflito.
As declarações foram dadas por Josep Borrell, alto representante da UE para Política Externa, durante um fórum humanitário nesta segunda-feira (18) em Bruxelas, na esteira das dezenas de mortes ocorridas recentemente em distribuições de alimentos para civis.
"A fome em Gaza é usada como arma de guerra, vamos deixar claro. São sete meses de fornecimentos de alimentos bloqueados. Israel deve permitir a entrada de ajudas", disse Borrell, acrescentando que palestinos estão "morrendo de fome".
"Antes da guerra, Gaza era uma grande prisão a céu aberto, hoje é um grande cemitério a céu aberto", afirmou o chefe da diplomacia europeia. Segundo Borrell, "chegou o momento de fazer alguma coisa, e não apenas de se lamentar".
Em resposta, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, declarou que o alto representante precisa "parar de atacar Israel" e "reconhecer seu direito de autodefesa contra os crimes do Hamas. "Permitimos o ingresso de uma vasta ajuda humanitária por via terrestre, aérea e marítima para todos aqueles que queiram ajudar", salientou.
A guerra em Gaza já matou 31,7 mil palestinos, segundo as autoridades do Hamas, e foi deflagrada após os atentados do grupo fundamentalista islâmico que custaram as vidas de 1,2 mil pessoas em Israel, em 7 de outubro.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, tomou distância das declarações do alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell.
"As palavras de Borrell sobre Gaza são um posicionamento pessoal, legítimo, mas que não foi concordado com ninguém", disse Tajani, que vem cobrando atenção de Israel com o elevado número de vítimas civis entre os palestinos.
"Não podemos esquecer por que começou essa guerra na Faixa de Gaza, fingir que o Hamas não tenha cometido os atos de 7 de outubro. O responsável pela guerra é o Hamas. Dito isso, há meses falamos que Israel deve levar em conta a situação da população civil", acrescentou o ministro. (ANSA)
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