A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não descartou nesta segunda-feira (13) um acordo com o grupo político Reformistas e Conservadores Europeus (ECR), ao qual pertence o partido de direita Irmãos da Itália (FdI), da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, após as eleições europeias do próximo mês.
"É mais importante do que nunca que uma ampla coalizão de partidos pró-europeus coopere quando os nossos interesses comuns estão em jogo", declarou Von der Leyen, que é a principal candidata do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, à ANSA ao ser questionada sobre o diálogo com o ECR.
A líder da Comissão Europeia enfatizou ainda que vai trabalhar, "portanto, com todos aqueles que estão claramente empenhados no Estado de direito, na União Europeia e na Ucrânia".
Segundo ela, "juntamente com estas forças políticas", seu desejo é o de lutar por uma Europa segura, pacífica, economicamente forte e socialmente equilibrada".
"Nós somos enormes. Isto aplica-se não só às guerras em curso na nossa vizinhança, mas também à luta contra as alterações climáticas e à imigração ilegal, aos jogos de poder geopolítico contra a Europa ou aos perigos que representam para as nossas democracias a desinformação difundida digitalmente a partir de "internos e externos", destacou.
As próximas eleições para o Parlamento da União Europeia serão realizadas entre 6 e 9 de junho. Para Von der Leyen, que se encontra em Roma para a campanha eleitoral e também se reunirá com o chanceler italiano, Antonio Tajani, "a situação da Europa é grave e os desafios que nos aguardam são enormes".
"Não há dúvida: a Europa encontra-se numa fase crucial. O mundo está mais incerto e perigoso do que há cinco anos. A concorrência global é feroz e nem sempre justa. Os europeus irão às urnas de 6 a 9 de junho. E eles terão que fazer escolhas importantes", ressaltou.
Por fim, von der Leyen explicou que existe "uma democracia forte, capaz de oferecer soluções concretas e realistas às preocupações dos cidadãos". "Soluções que protegem o nosso modo de vida e tornam a Europa mais forte. Porque não podemos nos dar ao luxo de sermos fracos neste mundo. Quero construir uma maioria para esta Europa mais forte", concluiu.
Orçamento - Sobre o orçamento da UE, ela explicou que "a guerra de agressão da Rússia mudou para sempre a segurança do nosso continente. E também deu à Europa um impulso de defesa comum como nunca antes", portanto, já está trabalhando para fortalecer o setor da Defesa.
"O orçamento da UE já está a trabalhar para fortalecer o setor da Defesa. Agora temos de olhar para o futuro. Porque a nossa as necessidades de defesa e segurança só aumentarão. É por isso que acredito que o próximo orçamento de longo prazo da UE deve levar este aspecto em conta", afirmou ela.
Von der Leyen acrescentou que vai propor que haja um Comissário da Defesa a tempo integral, "para apoiar e investir na indústria europeia de ponta no nosso mercado único".
"Proporei uma série de projetos de defesa de interesse europeu comum, implementados na Europa. E continuarei a incentivar os nossos financiadores públicos e privados a apoiarem a nossa indústria de defesa e especialmente as pequenas e médias empresas. Os Estados-Membros continuarão sempre a ser responsáveis pelas suas tropas", concluiu. (ANSA).
Líder da UE não descarta acordo com grupo político de Meloni
Ursula von der Leyen falou à ANSA sobre eleições europeias