O primeiro-ministro de extrema direita da Hungria, br/brasil/noticias/uniao_europeia/2024/06/24/meloni-e-orban-discutem-questoes-europeias-em-reuniao-bilateral_854b9ebc-5910-4f81-a289-00562a551ed0.html" target="_blank" rel="noopener">Viktor Orbán, visitou a Rússia e se reuniu com o presidente Vladimir Putin nesta sexta-feira (5), provocando irritação na União Europeia.
A missão do líder húngaro motivou críticas sobretudo pelo fato de Budapeste ocupar a presidência rotativa do bloco desde 1º de julho, embora o próprio premiê tenha admitido que não recebeu "mandato" de Bruxelas para negociar com Moscou.
"Estou simplesmente visitando lugares onde está em curso uma guerra que pode ter impacto na Hungria", declarou Orbán a uma rádio pública da Hungria, acrescentando que seu objetivo é "encorajar" a paz entre Rússia e Ucrânia, onde ele esteve recentemente.
"A meta principal de nossa presidência [na UE] é a luta pela paz", salientou o primeiro-ministro após a reunião com Putin, que rechaçou um pedido por cessar-fogo na Ucrânia e reiterou que a retirada das tropas de Kiev das regiões ocupadas por Moscou é uma das condições para encerrar o conflito.
"A Rússia e a Hungria continuam o diálogo, e isso é importante", garantiu o presidente.
Em declaração no X, a presidente da Comissão Europeia (poder Executivo da UE), Ursula von der Leyen, disse que a tentativa de "apaziguamento" promovida por Orbán "não vai parar Putin". "Apenas a união e a determinação abrirão caminho para uma paz justa e duradoura na Ucrânia", reforçou.
Já o premiê da Suécia, Ulf Kristersson, chamou o líder húngaro de "irresponsável e desleal" e o acusou de "brincar com o povo ucraniano", enquanto a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, futura chefe da diplomacia da UE, declarou que Orbán "se aproveita da presidência" do bloco para "semear confusão".
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também se pronunciou e afirmou que este "não é o momento para visitar a Rússia". "Mas cada um faz aquilo que quiser. A União Europeia é pela paz, porém não pela rendição a Putin", salientou.