(ANSA) - O artista plástico colombiano Fernando Botero, universalmente conhecido pelas volumosas figuras humanas representadas em suas obras de arte, faleceu nesta sexta-feira (15), aos 91 anos, em sua casa no Principado de Mônaco.
A morte foi confirmada pelo jornal colombiano 'El Tiempo', que define Botero como "o maior artista colombiano de todos os tempos". A notícia havia sido divulgada inicialmente pela emissora "W Radio".
Segundo o diretor da Rádio W de Bogotá, Sánchez Cristo, Botero, que havia perdido recentemente a esposa e ainda pintava até a semana passada, foi acometido por uma forma grave de pneumonia que o obrigou a ser hospitalizado.
Nas últimas horas, apesar da gravidade do seu estado físico, o artista tinha pedido para poder regressar “à tranquilidade da sua casa” e, por isso, abandonou o hospital.
Nascido na Colômbia em 19 de abril de 1932, Botero era considerado um dos artistas plásticos mais relevantes da América Latina, cuja obra ficou marcada, sobretudo na escultura e na pintura, pela predominância da figura humana de formas redondas e volumosas.
As mulheres de Botero, retratadas com formas curvilíneas, representam um traço distintivo do artista, tornando-o único no mundo. Além disso, ele criou diversas obras marcadas pelo surrealismo, ironia e bom humor, chegando a ter seu estilo próprio batizado como "Boterismo".
Considerado um dos latino-americanos mais valorizados, ele viu recentemente uma de suas esculturas, "Man on Horseback", chegar a ser vendida em um leilão por US$ 4,3 milhões, preço recorde para uma obra do artista.
No início da década de 1950, ele chegou a apostar em uma viagem marítima rumo à Europa para se familiarizar com a arte do Velho Continente, passando por Madri, Paris e Florença.
A cidade italiana e a região de Toscana marcaram sua formação cultural. Tendo se matriculado na Academia Florentina de San Marco, recebeu forte influência da arte renascentista italiana, estudando sobretudo a obra de Piero della Francesca, Paolo Uccello e Ticiano.
Em 1962, durante uma viagem aos Estados Unidos, Botero alcançou fama internacional pela primeira vez ao realizar sua primeira exposição no Milwaukee Art Center, em Wisconsin.
A sua proximidade com a arte levou-o na década de 1970, após várias estadias em Versilia, a abrir um atelier em Pietrasanta, na Itália, onde foram realizadas muitas das suas obras mais importantes.
A residência de Botero é única na cidade toscana e pode ser reconhecida pela presença no telhado de um galo de bronze com as asas estendidas ao amanhecer.
O governador da Toscana, Eugenio Giani, lamentou a morte do artista plástico e reforçou sua ligação com a região italiana, onde estão muitas de suas obras, em particular em Pietrasanta (Lucca), cidade na qual ele também viveu.
"É com profunda tristeza que tomo conhecimento do falecimento de Fernando Botero, um grande amigo da Toscana. Suas obras foram uma ponte entre culturas e um reflexo da beleza universal. Sua presença aqui enriqueceu nossa terra, e seu espírito criativo continuará a nos inspirar", afirmou.
Giani lembrou que Botero disse ter se apaixonado “por este canto da Toscana e por essas pessoas na primeira vez que cheguei aqui”. “Nossas condolências vão para sua família e para todos aqueles que amaram sua arte, ele viverá para sempre entre nós com suas obras eternas", concluiu.
Leggi l'articolo completo su ANSA.it