Variedades

Artista colombiano Fernando Botero será enterrado na Itália

Pintor e escultor morreu aos 91 anos de causas respiratórias

Fernando Botero tinha forte relação com a Itália

Redazione Ansa

(ANSA) - Fernando Botero, o maior artista plástico colombiano de todos os tempos, amava tanto a Itália que, conforme sua vontade, será sepultado em Pietrasanta, na província de Lucca, "ao lado da mulher que o acompanhou por meio século".

A informação foi revelada pelo filho dele, Fernando Botero Zea, em entrevista à ANSA.

"Depois da Colômbia, a Itália era o país mais importante para ele", afirmou o filho do pintor e escultor que morreu nesta sexta-feira (15) em Montecarlo, aos 91 anos de idade, por complicações respiratórias.

Segundo Botero Zea, seu pai havia expressado o desejo de ser enterrado no cemitério municipal de Pietrasanta, em Versilia, na costa setentrional da Toscana, onde o artista tinha uma casa em que passava muitos meses do ano.

O local é um pequeno centro cercado pelos Alpes Apuanos e pelas praias do litoral, refúgio de artistas de todo o mundo em busca de esculpir o mármore das cavernas vizinhas e trabalhar com os artesãos das fundições locais. O lugar abraçou afetuosamente o artista, concedendo a ele cidadania honorária em 2001.

Botero Zea falou à ANSA logo antes de sua partida para Montecarlo para acompanhar o pai nos últimos momentos e encontrar os irmãos "para fazer a escolha mais oportuna": "Meu pai queria ser sepultado no cemitério de Pietrasanta, ao lado da mulher que o acompanhou por 50 anos, a artista Sophia Vari, o amor de sua vida".

A pintora de origem grega morreu em 5 de maio passado, no principado de Mônaco. Os dois se conheceram em um jantar em Paris, no início da década de 70, e foi amor à primeira vista, seguido de um casamento de 47 anos.

O filho do artista explicou que o amor de seu pai pela Itália era fundado em três questões: "Principalmente porque aqui, como jovem estudante em Florença, cidade ao centro de sua formação, descobriu a pintura renascentista, que o influenciou em seu trabalho".

O segundo motivo tem a ver com Pietrasanta e suas fundições, a cidade que Botero descobriu nos anos 70, onde deu forma a suas esculturas em bronze, caracterizadas pelos grandes volumes e expostas nas principais capitais, de Paris a Tóquio e de Berlim e Madri.

"Meu pai amava Pietrasanta e por quase 40 anos passou lá entre quatro e cinco meses do ano, demonstrando sempre um profundo apego ao território", destacou Botero Zea.

"E o terceiro motivo é o acolhimento. A Itália acolheu sua obra com extraordinário interesse e grande admiração, com esplêndidas mostras em Milão, Palermo, Perúgia e muitas outras localidades", concluiu. (ANSA).
   

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