Variedades

Italiano que fingiu suicídio é achado na Grécia após 10 anos

Homem havia abandonado a esposa e duas filhas

Redazione Ansa

(ANSA) - Um italiano que havia simulado um suicídio para enganar sua família foi reencontrado na Grécia após 10 anos, graças à ajuda de um popular programa de televisão.

Adamo trabalhava como vendedor de utensílios domésticos em Imola, norte da Itália, mas desapareceu em 7 de julho de 2013. Pouco mais de uma semana depois, seu carro foi achado na cidade costeira de Ancona, e a polícia conseguiu descobrir que o homem tinha embarcado em uma balsa com destino a Pátras, na Grécia.

No entanto, três cartas deixadas para familiares de Adamo indicaram que seu plano final era cometer suicídio devido a problemas financeiros.

"Olá, mamãe e papai, não queria fazer mal a vocês, mas, infelizmente, as coisas pioraram e chegou a hora de colocar um ponto final. Tentarei fazer direito pelo menos esse último passo para lhes poupar ao menos a dor do funeral", dizia uma carta de Adamo destinada a seus genitores.

Ao fugir, ele deixou a esposa, Raffaella, e duas filhas. "Peço apenas uma coisa, a mais importante: ajudem a Raffaella e as meninas", acrescentava a carta do homem.

A esposa, no entanto, não se resignou e dizia na época que Adamo era um bom pai e nunca teria abandonado a família. "Pensei em agiotas, em uma dívida com pessoas más. Ao mesmo tempo, não queria acreditar que ele estivesse morto", contou Raffaella no programa "Chi l'ha visto", que ajuda a encontrar pessoas desaparecidas e é bastante popular na Itália.

Em 2015, o Ministério Público de Bolonha pediu o arquivamento do inquérito sobre o desaparecimento, considerando "verossímil" a hipótese de suicídio. Anos mais tarde, Raffaella solicitou o divórcio, mas o processo não avançou, e a descoberta sobre o paradeiro de Adamo chegou de maneira quase casual.

"O advogado me telefonou e disse que meu marido não estava morto. Em fevereiro de 2022, ele tinha feito pedido ao Aire [acrônimo de Cadastro dos Italianos Residentes o Exterior, sistema usado pelos consulados] para ser cidadão italiano residente na Grécia", contou a mulher.

Em seguida, coube ao "Chi l'ha visto" localizar o homem, que se recusou a falar com o programa. "Desliguem tudo e vão embora, e a coisa termina aqui", foram suas únicas palavras à equipe da atração televisiva.

"Quando te ligam dizendo que uma pessoa morreu, você entra em um limbo e não vê o fim. Ele gostava das filhas e nós nos dávamos bem. Para mim, não é um humano, não é um homem, não é um pai", declarou Raffaella com os olhos cheios de lágrimas. (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it