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Serviço de streaming Hulu prepara série sobre Amanda Knox

Ela protagonizou um dos casos criminais mais emblemáticos da Itália

Amanda Knox durante visita à itália em 2019

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Alessandra Baldini - Amanda Knox está pronta para contar sua história, não só diante dos jurados em Perugia, mas também na telinha da TV americana.

O Hulu, canal de streaming da Disney, está prestes a se comprometer com uma série limitada em que será narrada a história jurídica - com suas consequências - da ex-estudante de Seattle condenada e depois absolvida pelo assassinato de sua colega de quarto em 2007, a britânica Meredith Kercher, segundo o site Deadline.

Knox terá excelentes colaboradores na produção: Warren Littlefield, do filme "Fargo" e da série "The Handmaid's Tale", e a ex-estagiária do chamado "Sexgate" Monica Lewinsky, protagonista do escândalo sexual envolvendo o então presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, trabalharão com ela.

Segundo o Deadline, a equipe já está procurando a atriz que fará o papel de Amanda, tendo em vista que as filmagens devem começar nos próximos meses.

O roteiro, escrito por KJ Steinberg, da série "This Is Us", é baseado na história de Amanda Knox, desde sua condenação em 2009 até sua longa odisseia para recuperar sua liberdade.

A série já estava entre as prioridades do Hulu há algum tempo.Lewinsky, inclusive, havia antecipado algo sobre isso em outubro, sem entrar em detalhes.

Conhecida pelo seu ativismo contra a ridicularização midiática em que ela própria foi parar no meio da tempestade política que levou ao julgamento de impeachment de Clinton, a antiga estagiária da Casa Branca anunciou que se juntou à equipe de "um série limitada sobre outra jovem que viu sua vida dizimada e dilacerada no cenário mundial, mas de alguma forma conseguiu sobreviver".

Lewinsky conseguiu recuperar a história que a tornou famosa com apenas 21 anos de idade, produzindo a série limitada de Ryan Murphy, "Impeachment: American Crime Story", que foi ao ar no canal FX e no Hulu.

Agora, mãe de dois filhos, Knox, de 36 anos, contou sua experiência em primeira mão em seu livro de memórias de 2013, "Waiting to be Heard" ("Esperando para ser ouvida", em tradução livre). A história da ex-aluna também foi foco de um documentário na Netflix e do filme da Lifetime "Amanda Knox: Julgamento na Itália".

Em dezembro, Amanda disse estar pronta para regressar à Itália para se defender da acusação de ter caluniado o músico congolês Patrick Lumumba, dono de um bar, na fase inicial da investigação do assassinato de Meredith.

Um crime, o de calúnia, que custou a ela uma pena de prisão de três anos (já cumprida), agora anulada pelo Supremo Tribunal que ordenou um novo exame dos documentos em Florença.

"Não tenho medo de voltar à Itália para me defender, não estava preparada aos 20 anos, mas agora estou pronta. E quero que meus filhos vejam o que significa lutar pela verdade", escreveu ela no X.

Relembre o caso 

O homicídio de Kercher ocorreu em 1º de novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia, onde ela estudava e dividia uma casa com a americana Amanda Knox. O corpo da jovem foi encontrado degolado, seminu e com uma série de feridas, e o caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.

Ao lado do marfinense Rudy Guede, Knox e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle - hipótese descartada posteriormente.

A beleza da americana também foi outro chamariz para o homicídio. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo".

O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação, tribunal supremo do país, anulou o processo por falhas na perícia.

No mesmo dia em que foi libertada, a americana voltou para a casa de sua família, em Seattle. No fim de 2013, a Corte de Cassação determinou a reabertura do caso, já que a inocência dela e de Sollecito não tinha sido comprovada, culminando em uma sentença condenatória do Tribunal de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.

Contudo a decisão foi novamente derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo.

Já Guede foi condenado por ter invadido a casa e matado Kercher, mas ele alega que conhecia a britânica e que estava na residência a convite dela. Segundo sua versão, o homicídio ocorreu enquanto ele estava no banheiro, após uma discussão entre Kercher e Knox.

Até hoje, as opiniões na Itália se dividem em relação à condução das investigações do crime e ao suposto envolvimento da americana. (ANSA).

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