(ANSA) - Em mais um capítulo da disputa judicial envolvendo a "dinastia" dos Agnelli, herdeiros italianos de uma família industrial com empresas como Ferrari e Fiat, a Guarda de Finanças da Itália apura se houve fraude contra o Estado na declaração de 700 milhões de euros ao fisco em 2023.
As autoridades fiscais identificaram a quantia durante uma atividade de combate à lavagem de dinheiro; o valor havia sido declarado como “declarações complementares” por John Elkann para os anos fiscais de 2019-21, como rendimentos auferidos no exterior.
O caso se trata de uma suposta falsa declaração de rendimentos em relação ao tratamento fiscal relativo aos anos de 2018 e 2019, que Marella Caracciolo, esposa de Agnelli, recebeu de sua filha Margherita em virtude de acordos firmados em 2004 no âmbito da sucessão hereditária.
Agora, a tese dos promotores é que o dinheiro declarado em do patrimônio de Marella Caracciolo, esposa de Gianni Agnelli e avó de John, sobre o qual não teria sido pago o imposto sobre sucessões na Itália.
Com isso, o Ministério Público de Turim manteve documentos apreendidos em 8 de fevereiro, além de telefones celulares, servidores e outros dispositivos.
No último sábado (2), havia sido determinada a devolução, mas a apreensão acabou renovada à luz das novas evidências.
Entenda o caso
Margherita, filha do patriarca Giovanni "Gianni" Agnelli, acionou a Justiça a respeito de um pagamento mensal vitalício que fazia à mãe, Caracciolo.
Segundo a denúncia da única filha viva de Gianni Agnelli, como fruto de um acordo feito com a morte do pai, ela deveria enviar a Marella cerca de 500 mil euros por mês, totalizando 6 milhões de euros ao ano.
No entanto, ela diz que os valores não foram indicados na declaração de renda de Marella entre 2018 e 2019, faltando, portando, 8 milhões de euros, já que Marella morreu em fevereiro de 2019, aos 91 anos.
A declaração incorreta, com ocultação de ganhos, poderia configurar um crime fiscal.
(ANSA).