Vaticano

Papa pede para 'enfrentar os Herodes' dos dias atuais

Pontífice pediu 'fé corajosa' para enfrentar quem 'semeia morte'

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco realizou nesta quinta-feira (6) a tradicional missa da Epifania do Senhor e pediu para que os cristãos tenham uma "fé corajosa" para enfrentar os poderosos que "semeiam a morte" na sociedade. A data católica celebra a visita dos reis magos ao recém-nascido Jesus na manjedoura.

"Os magos desafiaram Herodes. Eles nos ensinam que nós temos a necessidade de uma fé corajosa, que não tenha medo de enfrentar as lógicas obscuras do poder e que se torne sementes de justiça e de fraternidade na sociedade onde, ainda hoje, muitos Herodes semeiam a morte e fazem massacres de pobres e de inocentes com a indiferença de muitos", disse o líder católico durante a homilia.

Segundo Francisco, "também nas noites mais escuras brilha uma estrela", então os cristãos "não devem dar à apatia e à resignação o poder de ajoelhar na tristeza de uma vida plana".

"Tomemos a inquietude do Espírito: tenhamos corações inquietos. O mundo espera dos que creem um olhar renovado para o céu. Como os magos, alcemos a visão, escutemos os desejos do coração, sigamos a estrela que Deus faz resplandecer sobre nós. Como buscadores inquietos, fiquemos abertos às surpresas de Deus", acrescentou.

Aos fiéis, Jorge Mario Bergoglio afirmou que é preciso "recomeçar todos os dias" porque "a fé não é uma armadura que engessa, mas uma viagem fascinante em busca de Deus". E que também é preciso "ser questionador" como foram os magos e "ouvir com atenção as perguntas do coração e da consciência".

"Mas, precisamos nos deixar inquietar também pelas perguntas das crianças, das dúvidas da esperança e dos desejos das pessoas do nosso tempo. O caminho é deixar-se questionar", pontuou ainda.

Em outro momento, o papa Francisco voltou sua atenção aos padres e líderes religiosos nas comunidades, voltando a criticar o "funcionalismo clerical" e dizendo que isso é "algo muito triste" na Igreja Católica.

"É triste quando o sacerdote fecha a porta do desejo, é triste cair no funcionalismo clerical, é muito triste. Não sejamos pessoas fechadas, comunidades fechadas, bispos fechados, padres fechados. A falta do desejo leva à tristeza e à indiferença com bispos tristes e padres tristes", pontuou. (ANSA).
   

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