(ANSA) - O presidente da Conferência Episcopal alemã defendeu nesta segunda-feira (31) que o papa emérito Bento XVI deve pedir desculpas por seu comportamento nos escândalos sobre abusos sexuais na Igreja Católica e assumir culpa no acobertamento de casos na Alemanha.
"Ele tem que pronunciar-se, deve deixar de lado as recomendações dos assessores e dizer: carrego a culpa, cometi erros, peço aos afetados que me perdoem", disse Georg Batzing ao canal de televisão alemão ZDF.
Para Batzing, um dos problemas e ponto franco de Bento XVI foi ter se rodeado de assessores "que não são os melhores".
Um relatório divulgado em 20 de janeiro aponta pelo menos 497 vítimas de violência sexual em Munique e Freising entre 1945 e 2019, englobando inclusive o período em que Joseph Ratzinger comandou a arquidiocese (1977-1982).
Segundo o documento, Bento XVI não tomou atitudes contra quatro padres acusados de abuso e não mostrou interesse pelas vítimas.
Um desses sacerdotes, Peter Hullerman, foi transferido de Essen para Munique em 1980, após ter sido acusado de violentar um garoto de 11 anos, e manteve suas funções pastorais.
O resultado do inquérito traz uma declaração por escrito em que Ratzinger nega ter agido de forma errada a respeito de casos de abusos e diz que não sabia das acusações contra Hullerman.
No entanto, poucos dias depois, o papa emérito retificou seu posicionamento e admitiu ter participado de uma reunião sobre o sacerdote pedófilo em 1980. O secretário pessoal de Bento XVI, Georg Gänswein, disse que o erro "não foi cometido por má-fé", mas sim como "resultado de uma falha na elaboração editorial de sua afirmação". "Ele está muito triste e pede desculpas", salientou.
Hoje, o Grão-Mestre da Ordem do Santo Sepulcro e ex-prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, por sua vez, defendeu Ratzinger.
"Posso afirmar que nunca encontrei no papa Bento XVI nenhuma sombra ou tentativa de esconder ou minimizar nada. Para mim, sempre foi claro que ele estava disposto a enfrentar com determinação a questão da pedofilia", afirmou Filoni no jornal online Beemagazine. (ANSA)
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