Vaticano

Papa agradece solidariedade em resgate de Rayan no Marrocos

Criança de 5 anos foi retirada de poço, mas não resistiu

Francisco comentou caso após oração do ângelus

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco lamentou neste domingo (6) a morte de Rayan Awram, criança marroquina retirada sem vida de um poço, após vários dias de resgate, e agradeceu a população do Marrocos pelo exemplo de solidariedade.

"Em Marrocos, todo um povo se uniu para salvar Rayan. Todo o povo esteve ali, trabalhando, para salvar uma criança. Deram tudo. Infelizmente, não conseguiram", disse o Pontífice, após a oração do ângelus.

Francisco mostrou-se impressionado com as imagens da população, à espera da criança, durante as operações de resgate. Nos últimos dias, milhares de pessoas viajaram até a cidade de Tamorot, próximo de Chefchaouen, no norte do país, para acompanhar o caso, em sinal de solidariedade.

"Hoje, eu estava lendo no [jornal] Messaggero, aquelas fotografias de um povo esperando para salvar uma criança! Obrigado a este povo, por esse testemunho", enfatizou o argentino.

O menino caiu acidentalmente, na última terça-feira, num poço seco, de 32 metros de profundidade, com um diâmetro inferior a 45 centímetros. Após quatro dias de resgate, uma ambulância e um helicóptero estavam no local para transportar a criança para um hospital, mas, segundo informações divulgadas pela Casa Real, Rayan teria saído do poço sem vida em decorrência dos ferimentos da queda.

Em sua mensagem, Francisco destacou este exemplo de mobilização coletiva, em contraponto às "notícias feias, incidentes, assassinos" que dominam a imprensa.

Visivelmente emocionado, Jorge Bergoglio lembrou de um caso ocorrido na Itália, uma história "que não vai sair nos jornais", sobre John, um migrante ganês, de 25 anos, que trabalhava na cidade italiana de Monferrato.

Após ter sido diagnosticado com um câncer terminal, o jovem "quis voltar a casa" para abraçar o pai, antes de morrer. Sabendo desse desejo, a comunidade local mobilizou-se para arrecadar fundos, permitindo que a viagem fosse realizada. A solidariedade das pessoas fez com que John morresse na sua terra natal, como era sua vontade.

"Hoje, no meio de tantas notícias feias, há muitas coisas bonitas, há 'santos na porta ao lado'. Obrigado por estes dois testemunhos, que nos fazem bem", concluiu Francisco, que foi aplaudido pela multidão presente na Praça São Pedro, no Vaticano. (ANSA)

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