(ANSA) - O Ministério Público de Sassari, na Itália, ordenou uma série de ações de busca e apreensão nesta terça-feira (15) nas cidades de Roma, Ozieri, Pattada e Bono como parte das investigações do desvio de fundos do Instituto para Obras da Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, e da Conferência Episcopal Italiana (CEI).
As investigações apontam que o dinheiro teria ido para contas de parentes e amigos do ex-"número 2" da Secretaria de Estado do Vaticano, principal Dicastério da Cúria Romana, cardeal Angelo Becciu. As buscas foram realizadas pela Guarda de Finanças da Itália e atingiriam um número não divulgado de suspeitos, que já estão sendo investigados pelo Vaticano.
No entanto, não foram dados detalhes se essa investigação tem relação com outro escândalo ligado a um dos cardeais mais poderosos do Vaticano, mas que caiu em desgraça na Igreja.
O Tribunal da Santa Sé iniciou no ano passado um julgamento que tem Becciu e outras nove pessoas respondendo por crimes financeiros, incluindo peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder, na aquisição de um edifício em Londres que causou um rombo de 350 milhões de euros nas contas do Vaticano.
O dinheiro usado na negociação veio do Óbolo de São Pedro, um sistema de arrecadação de dinheiro para caridade da Igreja Católica. Becciu sempre negou as acusações e alega que o prédio de luxo foi comprado com recursos da Secretaria de Estado. (ANSA).