Vaticano

Papa e líder ortodoxo russo podem se reunir em Jerusalém

Encontro está sendo negociado por Moscou e pelo Vaticano

Cirilo e papa Francisco em encontro em 2016, em Cuba

Redazione Ansa

(ANSA) - O próximo encontro entre o papa Francisco e o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, pode ocorrer em Jerusalém.

Os dois líderes já se reuniram presencialmente em fevereiro de 2016, em Cuba, mas vêm mostrando posições conflitantes a respeito da invasão da Rússia à Ucrânia.

"O Papa e o patriarca sempre quiseram se encontrar onde há problemas, onde a população cristã precisa de apoio, então, obviamente, o Oriente Médio é visto como uma das áreas prioritárias para tal encontro", disse o metropolita Hilarion Alfeyev, chefe de relações eclesiásticas externas da Igreja Ortodoxa Russa, à emissora Rossiya-24.

No entanto, Hilarion acrescentou que não pode anunciar a data e o local do encontro porque essas questões ainda estão sendo avaliadas. "Na atual e complicada situação política, não apenas questões relativas ao conteúdo do encontro, mas também questões de segurança, transporte e logística exigem um estudo muito aprofundado", afirmou.

Segundo fontes católicas de alto escalão, o encontro poderia ocorrer em Jerusalém no próximo mês de junho. De acordo com um roteiro que circula nos bastidores do Vaticano, Jorge Bergoglio visitaria o Líbano em 12 e 13 de junho e chegaria em Amã, na Jordânia, no dia 14. De lá ele partiria para Jerusalém.

Em dezembro passado, ao voltar de uma viagem a Chipre e Grécia, Francisco chegou a dizer que estava "sempre disposto a ir a Moscou" para se reunir com Cirilo, mas a possibilidade de um encontro se complicou por causa do conflito na Ucrânia.

O Papa já fez dezenas de discursos condenando a invasão e o "massacre" contra a população civil ucraniana, enquanto o patriarca ortodoxo, alinhado com o regime de Vladimir Putin, demonstrou apoio à guerra e disse que os russos estão "prontos para defender" seu país.

Os dois líderes realizaram uma reunião por videoconferência em 16 de março, quando Jorge Bergoglio alertou Cirilo que "as guerras são sempre injustas" e que figuras religiosas "não devem usar a linguagem da política". (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it