Vaticano

'Ucrânia foi invadida e agredida', diz Papa em livro

Nova obra do pontífice condena gastos armamentistas

Papa Francisco com bandeira da Ucrânia em audiência geral no Vaticano

Redazione Ansa

(ANSA) - Chega às livrarias e bancas da Itália nesta quinta-feira (14) um novo livro em que o papa Francisco condena o aumento das despesas militares no mundo e presta solidariedade à Ucrânia por conta da invasão russa.

Intitulado "Contro la guerra: Il coraggio di costruire la pace" ("Contra a guerra: A coragem de construir a paz", em tradução literal), o volume também será distribuído com o jornal Corriere della Sera e defende o diálogo como arma política para resolver conflitos.

"A Ucrânia foi agredida e invadida. E, no conflito, infelizmente foram atingidos muitos civis inocentes, muitas mulheres, muitas crianças, muitos idosos, obrigados a viver em refúgios escavados no ventre da terra para escapar das bombas", escreve Jorge Bergoglio na introdução do livro.

"Diante das imagens angustiantes que vemos todos os dias, diante do grito das crianças e das mulheres, não podemos fazer outra coisa que não gritar: 'Parem!'. A guerra não é a solução, a guerra é uma loucura, a guerra é um monstro, a guerra é um câncer que se autoalimenta engolindo tudo", acrescenta.

Segundo Francisco, o mundo não gastaria "centenas de bilhões" com armamentos "cada vez mais sofisticados" se tivesse "memória". "1,981 trilhões de dólares por ano, de acordo com um importante centro de estudos de Estocolmo, marcando um dramático aumento de 2,6% logo no segundo ano da pandemia, quando todos os nossos esforços deveriam ter se concentrado na saúde global e em salvar vidas humanas do vírus", diz.

Além disso, o Papa afirma que a posse de armas atômicas é "imoral" e que a Europa enfrenta hoje o "espectro de uma guerra nuclear". "Assim, passo a passo, caminhamos em direção à catástrofe. Pedaço por pedaço, o mundo arrisca se tornar teatro de uma única Terceira Guerra Mundial. Isso acontece como se fosse inevitável, mas devemos repetir com força: não, não é inevitável! Não, a guerra não é inevitável!", ressalta. (ANSA)

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