(ANSA) - O papa Francisco fez nesta sexta-feira (6) um novo apelo contra a guerra "insensata e cruel" na Ucrânia e cobrou posicionamento dos cristãos sobre o conflito.
As declarações chegam em meio às divergências com o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, que é alinhado ao regime de Vladimir Putin e já tentou justificar a invasão, atribuindo-a ao Ocidente e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Após o fim da Segunda Guerra Mundial, nunca faltaram guerras regionais, tanto que eu falei muitas vezes de uma terceira guerra mundial por partes, espalhada um pouco por todo lugar. No entanto, essa guerra, cruel e insensata como qualquer guerra, tem uma dimensão maior, ameaça o mundo inteiro e não pode não interpelar a consciência de todos os cristãos e de cada igreja", disse o Papa em audiência com o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Segundo Francisco, é preciso questionar "o que as igrejas fizeram e podem fazer para contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam em amizade social".
"Ignorar as divisões entre os cristãos, por força do hábito ou resignação, significa tolerar o envenenamento dos corações que torna o terreno fértil para conflitos", acrescentou Jorge Bergoglio.
A unidade entre os cristãos é uma das bandeiras do pontificado de Francisco e seria um dos temas em pauta em um encontro com o patriarca ortodoxo russo previsto para junho, em Jerusalém. A reunião, no entanto, foi cancelada em meio às divergências entre Vaticano e Moscou sobre a invasão da Rússia à Ucrânia.
Enquanto Bergoglio tem feito apelos constantes contra a guerra, Cirilo mantém uma postura alinhada com o Kremlin, o que já fez o Papa alertar que o primaz não poderia "se transformar no coroinha de Putin". (ANSA)
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