Vaticano

'Não é fácil entender a velhice', diz papa Francisco

Pontífice enfrenta dificuldades para andar por dores no joelho

Papa Francisco durante audiência no Vaticano, em 7 de maio

Redazione Ansa

(ANSA) - Com dores no joelho que o impedem de caminhar normalmente, o papa Francisco admitiu nesta terça-feira (10) que "não é fácil entender" a velhice.

Aos 85 anos de idade, o líder católico foi forçado a cancelar compromissos e alterar o protocolo de celebrações nas últimas semanas por causa das dores crônicas em seu joelho direito, frutos de uma lesão nos ligamentos.

Além disso, passou a contar com o auxílio de uma cadeira de rodas nos últimos dias para se deslocar. "Com efeito, a velhice constitui uma estação que não é fácil de entender, mesmo para nós que já a vivemos. Embora chegue depois de um longo caminho, ninguém nos preparou para a enfrentar; parece quase apanhar-nos de surpresa", disse o Papa em uma mensagem pela Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos, data instituída pela Igreja Católica em 2021 e que será celebrada neste ano em 24 de julho.

"As sociedades mais desenvolvidas gastam muito para esta idade da vida, mas não ajudam a interpretá-la: proporcionam planos de assistência, mas não projetos de existência", acrescentou.

Segundo Francisco, muitos consideram a velhice como "uma espécie de doença com a qual é melhor evitar qualquer tipo de contato".

"É a cultura do descarte, aquela mentalidade que, enquanto nos faz sentir diversos dos mais frágeis e alheios à sua fragilidade, permite-nos imaginar caminhos separados entre 'nós' e 'eles'. Mas, na realidade, uma vida longa é uma bênção", escreveu.

Na mensagem, o pontífice ainda destacou que o mundo "vive um período de dura provação, marcado primeiro pela tempestade inesperada e furiosa da pandemia, depois por uma guerra que fere a paz e o desenvolvimento à escala mundial".

"Não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado", disse Francisco, em referência ao conflito russo-ucraniano.

"Perante tudo isto, temos necessidade de uma mudança profunda, de uma conversão que desmilitarize os corações, permitindo a cada um reconhecer no outro um irmão. E nós, avós e idosos, temos uma grande responsabilidade: ensinar às mulheres e aos homens do nosso tempo a contemplar os outros com o mesmo olhar compreensivo e terno que temos para com os nossos netos", salientou. (ANSA)

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