(ANSA) - O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (20) um grupo de 17 bispos do norte do Brasil e falou sobre temas relevantes para a região, como a necessidade de "escutar os povos indígenas". A reunião durou cerca de duas horas.
Os religiosos fazem parte dos regionais Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia) e Norte 1 (Amazonas e Roraima) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e os encontros são chamados de "visita ad Limina Apostolorum", retomadas pelo líder católico neste ano após ficarem suspensas por conta da pandemia de Covid-19.
Em entrevista ao portal católico "Vatican News", o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Edson Taschetto Damian, agradeceu a Francisco pelo Sínodo para a Amazônia, realizado em 2019, e disse que os povos indígenas também o agradecem "porque pela primeira vez, são escutados, e eles se sentiam tão felizes" porque o atual líder católico "os leva a sério".
Ainda na entrevista, o religioso responsável pela diocese com maior percentual de indígenas do Brasil, ressaltou que o Papa insistiu que os líderes religiosos "escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, dos pobres da Igreja". "Vocês estão na fronteira, vocês estão com os mais pobres, vocês estão onde eu gostaria de estar", acrescentou.
Ao fim do encontro, os bispos presentearam Francisco com uma mitra feitas com penas, similares aos cocares indígenas. O Pontífice, inclusive, soube diferenciar o presente assim que o recebeu.
A preservação da natureza e o respeito aos povos originários são temas recorrentes nas cerimônias e nos textos feitos por Francisco ao logo do seu Pontificado.
E a Amazônia também está nas ações do Papa, como a criação da Conferência Eclesial (Ceama), instituída em outubro do ano passado, e as mensagens constantes para lideranças religiosas da região. (ANSA).