(ANSA) - Uma vítima de abusos sexuais na Igreja Católica da Alemanha denunciou o papa emérito Bento XVI por acobertamento de um padre pedófilo.
O caso chega cinco meses depois da divulgação de um relatório que aponta pelo menos 497 vítimas de violência sexual na Arquidiocese de Munique e Freising entre 1945 e 2019, englobando inclusive o período de Joseph Ratzinger como arcebispo (1977-1982).
A denúncia foi feita por uma vítima anônima do padre Peter Hullerman, transferido de Essen para Munique em 1980, após ter sido acusado de violentar um garoto de 11 anos. Segundo a ação, Ratzinger tinha "conhecimento da situação e no mínimo não levou em consideração que esse sacerdote pudesse repetir seus crimes".
Depois de ter sido transferido para a Arquidiocese de Munique, então chefiada pelo futuro pontífice, Hullerman manteve suas funções pastorais e continuou cometendo abusos contra menores de idade. Ele só seria condenado em 1986, porém com pena suspensa.
O relatório independente divulgado em janeiro aponta "comportamentos errôneos" de Bento XVI em pelo menos quatro casos, incluindo o de Hullerman, e diz que não foi possível identificar um eventual interesse de Ratzinger pelas vítimas.
O documento contém uma declaração por escrito em que o papa emérito nega que soubesse do histórico de crimes de Hullerman. No entanto, após a repercussão negativa do relatório, Bento XVI retificou seu pronunciamento e admitiu ter participado de uma reunião em janeiro de 1980 para discutir o caso do padre pedófilo. (ANSA)
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