Vaticano

Vaticano se diz 'entusiasmado' com imagens do James Webb

Telescópio espacial mostrou Universo de forma nunca antes vista

Nebulosa de Carina vista pelo telescópio espacial James Webb

Redazione Ansa

(ANSA) - O Observatório do Vaticano disse nesta quinta-feira (14) que está "entusiasmado" com as primeiras imagens científicas produzidas pelo telescópio espacial James Webb, que mostram o Universo profundo e o interior de nebulosas com detalhes nunca antes vistos.

"As imagens são estupendas, qualquer um pode perceber isso sozinho. São uma prévia tentadora daquilo que poderemos aprender sobre o Universo no futuro", afirmou o padre jesuíta e astrônomo Guy Consolmagno, diretor do Observatório do Vaticano, instituto de pesquisa astronômica subordinado à Santa Sé.

"Estamos verdadeiramente entusiasmados com as novas imagens do telescópio James Webb", acrescentou. Segundo Consolmagno, as fotos são um "alimento necessário para o espírito humano, que não vive só de pão".

O padre também comemorou a descoberta de vapor de água na atmosfera de um exoplaneta gasoso situado a pouco mais de mil anos-luz da Terra, possibilitada pela análise do espectro da luz capturada pelo James Webb.

"Passaram-se 150 anos desde que o padre Angelo Secchi colocou um prisma diante da lente de seu telescópio no teto da Igreja de Sant'Ignazio, em Roma, e efetuou as primeiras medidas espectrais das atmosferas dos planetas do nosso sistema solar. Imagino o quanto ele ficaria feliz ao ver essa ciência sendo aplicada a planetas desconhecidos para ele e que orbitam estrelas distantes", afirmou.

Ao contrário do veterano Hubble, que capta sobretudo a luz visível, o James Webb observa em infravermelho, o que lhe permite estudar fenômenos mais distantes no tempo, como o surgimento das primeiras galáxias.

Enquanto o Hubble, por exemplo, consegue observar eventos ocorridos há 13,2 bilhões de anos, o James Webb pode chegar 13,5 bilhões de anos atrás - estima-se que o Big Bang tenha ocorrido há 13,7 bilhões de anos.

Como o Universo está em expansão, as ondas de luz visível emitidas naquela era primordial são "esticadas" em seu caminho até nós, deslocando-se até a faixa do infravermelho, que é invisível para o olho humano.

Além disso, o telescópio consegue ver através das nebulosas, nuvens de gás onde surgem as estrelas, e estudar a atmosfera de exoplanetas em busca de possíveis marcadores biológicos da presença de vida. (ANSA)

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