(ANSA) - O papa Francisco fez um apelo durante a audiência geral desta quarta-feira (31) para que o Iraque consiga reencontrar a paz em meio a uma grave crise política que se arrasta há quase 11 meses.
"Sigo com preocupação os violentos acontecimentos verificados em Bagdá nos últimos dias. Peço a Deus na oração para doar paz à população iraquiana. No ano passado, eu tive a alegria de visitá-la, e senti de perto o grande desejo de normalidade e de convivência pacífica entre as diversas comunidades religiosas que compõem o país. 'Diálogo e fraternidade' são a via principal para enfrentar as atuais dificuldades e chegar a essa meta", afirmou ao fim da celebração.
Nesta semana, após um dos principais líderes nacionais, o xiita Moqtada Sadr, anunciar que estava se aposentando da política por conta dos problemas na formação de governo, os protestos se tornaram violentos e mais de 30 pessoas foram mortas entre a segunda-feira (29) e a terça-feira (30) na chamada Zona Verde de Bagdá. O local abriga os prédios do governo, sedes diplomáticas e residências dos principais políticos nacionais.
Além disso, a mídia iraquiana afirma que membros de grupos pró-Irã, rivais histórico de Sadr, entraram no meio dos protestos para tumultuar e atacar os sadristas - que, por sua vez, invadiram prédios federais e ocuparam as ruas da Zona Verde.
Desde as eleições de outubro do ano passado, nas quais o partido do clérigo xiita foi o vencedor, os parlamentares não conseguiram formar um novo governo e nem indicar um presidente.
Ao longo desse período, Sadr instigou seus apoiadores a irem para as ruas protestarem pacificamente e chegou a exigir que a justiça dissolvesse o Parlamento e convocasse novas eleições.
No fim de semana passado, o xiita publicou um apelo pedindo para que todos os líderes "políticos-confessionais" renunciassem aos cargos para permitir uma "reforma". Na segunda-feira, porém, Sadr anunciou que deixava a vida pública após 20 anos e que estava fechando todos os escritórios de seu partido.
A partir de então, seus apoiadores invadiram novamente prédios oficiais e entraram em confronto com as forças de segurança e os militantes pró-Irã. Além dos 33 mortos, mais de 700 ficaram feridos nos protestos. (ANSA).