(ANSA) - O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, assinou nesta terça-feira (4) a adesão à Convenção do Clima e ao Acordo de Paris e fez um apelo para a guerra na Ucrânia não deixar o combate às alterações climáticas em segundo plano.
"Neste momento particular de nossa história, marcado por conflitos cada vez mais preocupantes, que comprometem o multilateralismo, é necessário consolidar nossos esforços em prol da ecologia integral. Uma questão que, como as mudanças climáticas, corre o risco de ser ofuscado", declarou o religioso em um evento organizado pela Santa Sé.
No dia da celebração de São Francisco de Assis, o cardeal anunciou que a Santa Sé, em nome do Vaticano, aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, adotado em 1992, e ao Acordo de Paris assinado em 2015.
A um mês do início da COP27, no Egito, o Vaticano quis enviar uma "mensagem de esperança e coragem, neste específico momento histórico".
Segundo o Vatican News, Parolin falou no encontro "Cuidar da nossa casa comum", organizado pela Secretaria de Estado, em colaboração com as Pontifícias Academias de Ciências e Ciências.
"Com a adesão da Santa Sé, o acordo chega quase à sua universalização com 198 estados", disse o secretário de Estado.
Para Parolin, "a concretização deste objetivo é fruto de um longo processo de estudo e análise" e de "colaboração" com os Departamentos da Cúria Romana, como foi o caso da redação da "Laudato Sì" ("Louvado Seja").
"A encíclica social de Francisco pede uma colaboração em diferentes níveis entre disciplinas, países, vários componentes da comunidade internacional (estados, organizações, autoridades locais, setor privado, cientistas, civil) e, sobretudo, colaboração entre gerações", lembrou.
"Quando falamos em cuidar da casa comum devemos nos preocupar com aqueles que vão habitar o mundo. É com este olhar para o futuro que o Papa assegurou o compromisso do Estado da Cidade do Vaticano de reduzir a zero as emissões antes de 2050 e, ao mesmo tempo, promover uma educação em ecologia integral que possa estimular novos estilos de vida, baseados no desenvolvimento e na sustentabilidade, na fraternidade e na cooperação entre o ser humano e o meio ambiente".
O secretário de Estado do Vaticano ressaltou ainda que "a chamada crise socioecológica é um momento propício para nossa conversão e para decisões que não podem mais ser adiadas".
"A ciência é clara: "há cada vez menos tempo para mitigar o efeito da mudança climática e se adaptar a ela. O impacto é profundo e não diz respeito apenas à natureza, mas também à economia e à sociedade", concluiu. (ANSA)
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