Vaticano

Papa destitui dirigentes da Caritas e nomeia interventor

Vaticano disse que mudança não está ligada a gestão financeira

Papa Francisco com o agora ex-presidente da Caritas Internationalis, cardeal Luis Antonio Tagle

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco publicou nesta terça-feira (22) um decreto que destitui todo o alto escalão da Caritas Internationalis, principal entidade humanitária da Igreja Católica.

De acordo com comunicado do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, a medida foi tomada após uma inspeção realizada por uma comissão independente e busca "melhorar as normas e os procedimentos de gestão", embora a "administração financeira seja correta".

"Nos anos recentes, vimos aumentar notavelmente as necessidades de muitas pessoas que a Caritas ajuda, e é indispensável que a Caritas esteja bem preparada para enfrentar esses desafios", disse o prefeito do dicastério, Michael Czerny, acrescentando que a auditoria identificou "carências relativas a procedimentos de gestão, com efeitos negativos inclusive sobre o espírito de equipe".

O decreto destituiu o presidente da Caritas Internationalis, cardeal Luis Antonio Tagle, e o secretário-geral Aloysius John, além dos vice-presidentes da entidade, do tesoureiro, do assistente eclesiástico e de todos os membros dos conselhos executivo e de representatividade.

Jorge Bergoglio também nomeou o consultor Pier Francesco Pinelli como administrador extraordinário da Caritas, "com todos os poderes de governo".

Segundo Francisco, é preciso "revisar o atual quadro regulamentar" da entidade para torná-la mais adequada à sua missão de "ajudar o sumo pontífice e os bispos no exercício de seu ministério em direção aos mais pobres e necessitados".

Uma das funções de Pinelli será atualizar os estatutos e o regulamento da Caritas para garantir mais "funcionalidade e eficácia". Em pronunciamento na terça, Tagle elogiou a mudança feita pelo Papa e garantiu que a intervenção não tem relação com crimes sexuais.

"Gostaria de assegurar que não se trata, não se trata, não se trata de assédio ou abusos sexuais. Mais uma vez, não se trata de má gestão do dinheiro", disse. (ANSA)

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