(ANSA) - A fundação católica Aiuto alla Chiesa che Soffre denunciou nesta segunda-feira (28) que dois padres foram presos por autoridades pró-Rússia na cidade de Berdyansk, em Donetsk, área ocupada por tropas russas.
Segundo o monsenhor Stepan Meniok, bispo do Exarco de Donetsk, os dois religiosos - que se chamam Ivan Levitskyi e Bohdan Heleta - atuavam na assistência pastoral das comunidades greco-católicas e católicas de rito latino na região e eram dos poucos que tinham permanecido na área em conflito.
Levitskyi é pároco da Igreja da Natividade da Virgem Maria e o padre Heleta é o capelão da mesma localidade. Os dois teriam sido levados para um centro de custódia cautelar na cidade, mas podem ser transferidos.
Meniok afirmou que as autoridades os acusaram de "preparar um ato terrorista" e que as detenções são "infundadas e ilegais". O Exarco de Donetsk também informou que a acusação de que eles tinha armas e explosivos "é falsa" e uma "manobra criada para fins de propaganda" da Rússia.
"Os sacerdotes estão no ministério há mais de três anos e desenvolvem legitimamente as suas atividades pastorais na paróquia local, anunciando uma mensagem de paz para todos. No momento da busca na igreja e dos locais técnicos da paróquia, ambos os padres estavam já sob custódia, o que significa que eles não tinham mais nenhum tipo de controle nas estruturas", diz ainda Meniok.
Já a fundação católica afirmou que segue "com grande preocupação esses tristes acontecimentos visto as repetidas notícias sobre o desprezo dos princípios fundamentais dos direitos humanos por parte dos serviços especiais russos, incluindo aqueles que prenderam os religiosos".
A ACS ainda pediu que as informações sobre o caso do dois "sejam amplamente difundidas" e pedem que "as autoridades e as pessoas de boa vontade para que se unam à causa da libertação dos sacerdotes".
A região de Donetsk tem uma forte atuação de grupos pró-Rússia e está em conflito com o governo de Kiev desde 2014.
No entanto, desde o início da invasão das tropas russas, no fim de fevereiro, mais cidades da área foram ocupadas por Moscou. (ANSA).