(ANSA) - Um iniciativa conjunta da Itália e do Vaticano debaterá uma possível via diplomática para encerrar o conflito iniciado pela Rússia na Ucrânia no próximo dia 13 de dezembro, informou a Santa Sé nesta sexta-feira (9).
O encontro contará com as presenças do presidente italiano, Sergio Mattarella, e do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e será realizado com outros líderes no Palazzo Boromeo, sede da Embaixada da Itália na Santa Sé.
"A guerra iniciada no coração da Europa com a agressão da Rússia na Ucrânia continua sem pausas com pesadíssimas consequências para a população do país agredido que enfrenta um inverno sob bombardeios e que não pode contar com muitas infraestruturas destruídas. Se de um lado se sofre para ver possíveis caminhos de saída, do outro se pergunta 'se e como' poderá ser retomada a via da negociação para que possa ser iniciado um processo que leve a uma paz justa", diz o comunicado oficial.
A ideia do encontro é ser uma espécie de nova conferência de Helsinki, da década de 1970, que "com os seus princípios contribuiu para a distensão na Europa codificando os pontos mais firmes sobre a necessidade de respeitar as fronteiras dos Estados e de resolver as controvérsias pela diplomacia".
Ainda conforme a nota, a adoção de um formato do tipo foi debatido entre Mattarella e o papa Francisco nos últimos meses.
"As muitas mudanças ocorridas desde então tornam difícil replicar iniciativas similares, mas Helsinki permanece como um ponto de referência e um valor, próprio do espírito da conferência, que não por acaso hoje é referência para buscar soluções de paz", pontua ainda.
Por mais de uma vez, o Papa já se disponibilizou a intermediar conversas de paz para a guerra na Ucrânia, mas até o momento, nada teve andamento.
Iniciativas apresentadas pela França e pelos Estados Unidos também foram rejeitadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, porque exigem que as tropas russas saiam da Ucrânia antes do início das conversas.
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, também já afirmou que não vê possibilidade de negociar com o atual chefe do Kremlin.
Com isso, não há perspectiva de negociações em um futuro próximo. (ANSA).