(ANSA) - O papa Francisco fez um duro discurso contra a exploração da África nesta terça-feira (31), logo após sua chegada em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Essa é a primeira viagem do pontífice ao segundo maior país africano em extensão territorial e acontece em meio a prolongados conflitos entre milícias que disputam as riquezas naturais congolesas, especialmente minérios que muitas vezes vão parar em mercadorias vendidas no Ocidente.
"Tirem as mãos da República Democrática do Congo, tirem as mãos da África! Chega de sufocar a África, que não é uma mina a ser explorada ou um solo a ser saqueado", disse o líder católico em discurso para autoridades locais.
"Após o político, desencadeou-se um colonialismo econômico, tão escravizante quanto. Este país, amplamente depredado, não consegue se beneficiar de seus imensos recursos. O veneno da avidez deixou seus diamantes ensanguentados", acrescentou.
O Papa ainda acusou o "mundo economicamente mais avançado" de "frequentemente fechar os olhos, as orelhas e a boca" para a exploração da África. "Mas este país e este continente merecem ser respeitados e ouvidos, merecem espaço e atenção", ressaltou.
Francisco também denunciou o silêncio da comunidade internacional perante o "genocídio esquecido em curso na República Democrática do Congo", em referência aos conflitos armados que atingem sobretudo o leste do país.
Por outro lado, fez um apelo para os congoleses colocarem fim na violência. "Que cada congolês se sinta chamado a fazer sua própria parte. Que a violência e o ódio não tenham mais lugar no coração e nos lábios de ninguém", declarou Jorge Bergoglio, que se definiu como um "peregrino de reconciliação e paz".
Além disso, também cobrou que as autoridades locais evitem a "corrupção e a injustiça" e fujam "do autoritarismo, da busca por lucros fáceis e da cobiça do dinheiro".
O Papa fica em Kinshasa até 3 de fevereiro, quando parte para o Sudão do Sul, outro país da África Subsaariana com histórico de conflitos. Francisco se empenhou pessoalmente para a pacificação da nação mais jovem do mundo e visitará a capital Juba até o próximo sábado (5). (ANSA)
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