Vaticano

Papa encerra visita ao Congo e embarca para Sudão do Sul

Francisco ficará no país mais jovem do mundo até domingo

Redazione Ansa

(ANSA) - O papa Francisco encerrou nesta sexta-feira (3) sua viagem à República Democrática do Congo e chegou no Sudão do Sul, país mais jovem do mundo e regido atualmente por um acordo de paz mediado pelo Vaticano.

Antes de deixar a capital congolesa, Kinshasa, o pontífice se reuniu com bispos locais e afirmou que a "mundanidade espiritual" que pode afetar a Igreja "é ainda pior que a época dos papas concubinários".

"Que não aconteça de vermos no episcopado a possibilidade de escalar posições sociais e exercer poder. Aquele espírito feio do carreirismo. E, sobretudo, que não entre o espírito da mundanidade, que nos leva a nos servir do cargo ao invés de servir aos outros", disse.

Francisco também pediu que os bispos congoleses façam suas vozes serem ouvidas para "erradicar as plantas venenosas do ódio, do egoísmo, do rancor e da violência". "Plantem sementes de renascimento para que o Congo de amanhã seja uma terra abençoada e feliz, nunca mais violentada, oprimida e ensanguentada", acrescentou.

Os discursos do Papa em Kinshasa foram marcados por apelos por reconciliação e contra a exploração do continente africano, temas caros a um país com longo histórico de conflitos étnicos, políticos e de milícias que cobiçam suas imensas riquezas naturais.

A paz também deve estar na agenda da visita de Francisco ao Sudão do Sul, nação independente do Sudão desde 2011, mas que passou a maior parte da última década em guerra.

Os protagonistas do conflito foram o presidente Salva Kiir, que governa o Sudão do Sul desde sua emancipação, e o vice Riek Machar, que iniciara uma rebelião em 2013 para tomar o poder.

Em fevereiro de 2020, no entanto, os dois anunciaram um acordo de paz para criar um governo de união nacional, após negociações mediadas pelo Vaticano - no ano anterior, o Papa recebera Kiir e Machar para um retiro espiritual e beijara os pés dos dois líderes.

Ao chegar na capital Juba, Jorge Bergoglio deixou uma mensagem no livro de honra do Palácio Presidencial, definindo-se como um "peregrino" em busca da "paz".

"Aqui como peregrino, rezo para que neste caro país, dono do Nilo, escorram rios de paz; que os habitantes do Sudão do Sul, terra de grande abundância, vejam florescer a reconciliação e brotar a prosperidade", escreveu o pontífice. 

Em sua visita, Francisco será acompanhado por Justin Welby, líder da Igreja Anglicana, e Iain Greenshields, moderador da Igreja da Escócia, que também ajudaram no processo de pacificação no país.

O Papa fica em Juba até domingo (5), quando retorna para Roma. (ANSA)

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