Vaticano

Papa alerta para que uso de algoritmos não desestabilize' humanos

Pontífice reuniu-se com universitários e pessoas da cultura

Papa se reuniu com profissionais em universidade de Budapeste

Redazione Ansa

(ANSA) - Em seu último compromisso público em Budapeste, o papa Francisco se reuniu com pessoas dos mundos universitário e cultural húngaros neste domingo (30) e alertou sobre o avanço do uso da tecnologia em determinadas situações. O encontro ocorreu na Faculdade de Informática e Ciências Biônicas da Universidade Católica Péter Pázmány.

"A vida pode permanecer viva? É uma questão que, especialmente neste lugar, onde há o aprofundamento na informática e nas ciências biônicas, é boa de ser feita. De fato, o que Romano Guardini vislumbrou, parece evidente nos nossos dias: pensemos na crise ecológica, com a natureza que está simplesmente reagindo ao uso que fizemos dela", disse aos presentes.

Segundo o líder católico, é preciso pensar "na falta de limites que segue a lógica do 'podemos fazer desde que seja lícito'". "Pensemos também na vontade de colocar no centro de tudo não a pessoa e suas relações, mas o indivíduo centrado em sua próprias necessidades, ávido para ganhar e voraz em lidar com a realidade. E pensemos na consequência: a erosão dos laços comunitários, para a qual a solidão e o medo, as condições existenciais, parecem transmutar-se em condições sociais", pontuou.

"Quantos indivíduos isolados, muito sociais ou pouco sociais, recorrem, como em um círculo vicioso, aos consolos da técnica para preencher o vazio que sentem, correndo de maneira ainda mais frequente, enquanto sucumbem a um capitalismo selvagem, sentindo como mais dolorosas as próprias fraquezas em uma sociedade onde a velocidade exterior está ao lado da fragilidade interior", acrescentou.

Para o líder católico, sem "querer ser pessimista", é preciso pensar nesses aspectos sociais porque "um certo uso dos algoritmos pode representar um novo risco de desestabilização do humano".

Francisco ainda criticou o consumismo e o comunismo, vivido pela Hungria após a Segunda Guerra Mundial, como "ideologias que se impõem como verdade, mas não dão liberdade".

"Penso na passagem do comunismo para o consumismo. Em comum entre os ismos está a falsa ideia de liberdade. A do comunismo era uma liberdade obrigada, limitada por forma, decidida por outros. A do consumismo é uma liberdade de libertinagem, hedonista, focada apenas em si para tornar-se escravos do consumo e das coisas", pontuou. (ANSA).
   

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